Exportação de calçados de Franca cresce pela primeira vez desde 93
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quinta-feira, 03 de fevereiro de 2000
Ribeirão Preto, SP, 3 (AE) - A indústria calçadista de Franca encerrou 1999 com um saldo positivo em seu volume de exportações na ordem de 12,93% sobre o ano de 1998, divulgou hoje o Sindicato das Indústrias de Calçados em levantamento mensal realizado pelo sindicato junto às fábricas instaladas no município. É o primeiro ano, desde 1993, que Franca registra crescimento no volume de exportações. "Ainda é insignificante, mas serve para estancar a queda contínua que vinha sendo registrada desde aquela época", disse o diretor de comunicação do Sindicato, Cláudio Coutinho.
Foram exportados em 99, 4,06 milhões de pares, contra 3 6 milhões de pares em 98. Em 93, no auge da indústria calçadista de Franca, o volume de exportações chegou a 14,5 milhões de pares, que já caiu em 94 para 11,7 milhões de pares. Em 95, o volume foi ainda menor, com 7,4 milhões, que passaram para 6 milhões em 96 e 4,7 mil hões em 97.
Real - A causa mais apontada para a queda é a valorização do Real, que fez com que o preço do calçado brasileiro perdesse competitividade no mercado externo. Nos últimos anos, as empresas que tentaram se manter no mercado tiveram que investir em tecnologia de suas instalaçoes para aumentar produtividade, melhorar a qualidade do produto e reduzir custos. Apesar disso, o calçado brasileiro perdeu espaço no mercado externo e, segundo empresários locais, deverá retomar o posto anteriormente ocupado somente em mais de cinco anos. "Se ocupar", costuma dizer o empresário Carlos Brigagão, da Sândalo.
Em sua opinião, o mercado já está completamente tomado. "O que nos resta de opção é criar novos mercados e ir atrás do consumidor que ainda não recebe o calçado brasileiro", diz ele, citando o exemplo de sua empresa que acaba de fechar negócio para exportar para o México. A Sândalo será a primeira de quatro empresas que fecharam parceria com indústrias mexicanas que deverão comercializar seus calçados naquele país. Faturamento - O faturamento da indústria calçadista de Franca não registrou os mesmos índices de crescimento do volume exportado pelo município
segundo apontou a pesquisa. O crescimento do faturamento de 99 para 98 foi de 1,85% passando de US$ 69,38 milhões em 98 para US$ 70,67 milhões no ano passado. A explicação para a redução no faturamento não está só por conta da desvalorização do Real, mas sim por causa de uma queda de 9,8% no preço médio do sapato produzido em Franca no mercado internacional. O preço médio caiu de US$ 19,27 para US$ 17,38.
Em 93, o faturamento da indústria calçadista de Franca chegou a bater nos US$ 228 milhões, caindo para US$ 199 milhões no ano seguinte e US$ 151 milhões em 95. Em 96, o volume faturado foi de US$ 122 milhões e em 99, de US$ 92 milhões. A expectativa este ano, segundo o diretor do Sindciato Carlos Brigagão, é de que a indústria calçadista de Franca apresente um crescimento em torno de 10%. "Isso considerando que o País conseguirá obter o crescimento econômico desejável, em torno dos 4%", comentou.