A 3ª edição da Expo Tattoo Londrina, que começou na sexta-feira (6), termina neste domingo (8). O evento reúne mais de 300 profissionais do setor, além de amantes desta arte. Nos estandes do Pavilhão Internacional do Parque de Exposições Ney Braga, tatuadores do Brasil inteiro e até de outros países se dispuseram a mostrar ao vivo como realizam seus desenhos.

Luiz Alexandre Souza Silva Nino tatua Andreza Afonso Silva durante a Expo Tattoo Londrina
Luiz Alexandre Souza Silva Nino tatua Andreza Afonso Silva durante a Expo Tattoo Londrina | Foto: Vítor Ogawa/ Grupo Folha

O tatuador Luiz Alexandre Souza Silva Nino, de Londrina, conhecido como Nino, destaca que a grande dificuldade é escolher a gravura ideal para cada pessoa. “É preciso escolher um desenho que combine com a personalidade da pessoa e às vezes a gente tem essa dificuldade”, aponta. Questionado sobre o desafio de tatuar uma pessoa na frente de uma multidão, ele afirma que é mais difícil para quem está sendo tatuado do que para quem está tatuando. “Devido à posição que a pessoa tem que ficar, é mais complicado para a ‘tela’ do que para o tatuador”, afirma. Ele garante que o trabalho não é diferente do que é feito em estúdio.

A sua ‘tela’ é a londrinense Andreza Afonso Silva. Ela afirma que embora seja tatuada há muito tempo, esta é a primeira vez que participa do evento. “Estou gostando. A gente escolheu uma tatuagem para 'fechar' a perna direita com black work, baseado em mandala e serpente com cores. O tatuador já me conhece e tem noção do que a gente gosta”, destaca. Ela afirma que ainda quer fazer tatuagens na coxa e no glúteo esquerdo. “Ali eu quero fazer um dragão”, afirma.

Imóvel por dez horas

Lucas Nériton topou ser tatuado com uma imagem que demanda dez horas de trabalho.
Lucas Nériton topou ser tatuado com uma imagem que demanda dez horas de trabalho. | Foto: Vítor Ogawa/Grupo Folha

O designer gráfico e futuro tatuador Lucas Nériton, 30, já está tomando ciência de que a vida de tatuador exige bastante concentração e disciplina, já que suas futuras ‘telas’, precisam ficar por horas a fio para serem tatuadas. Ele mesmo topou ser tatuado com uma imagem que demanda dez horas de trabalho. Quando ele conversou com a reportagem tinham se passado seis delas na mesma posição. “Tem que ter paciência. Conhecendo o trabalho do meu tatuador, a expectativa é muita. Para mim a tatuagem é uma forma de expressar a arte. Isso está dentro de cada um. Às vezes a pessoa até tatua algo não só pelo desenho, mas porque tem um significado bonito”, afirma.

Desenhos realistas

Danilo Stefan realiza desenhos realísticos misturando técnicas
Danilo Stefan realiza desenhos realísticos misturando técnicas | Foto: Vítor Ogawa/ Grupo Folha

Danilo Stefan, de Curitiba afirma que aprendeu a tatuar aos 17 anos de idade. “Aprendi na raça. Faz 21 anos. Meu estilo é o realismo. Eu acho que o mais difícil é a escolha do desenho para ter o encaixe perfeito e uma harmonia com o corpo. Tem que ter consciência para fazer uma boa tatuagem”, destaca.

Ele cobra R$ 500 a hora de trabalho e o desenho do Ozzy Osbourne que ele realizou em sua cliente Heloíse Gabardo durante a Expo Tattoo em Londrina demandaria 15 horas. “Eu misturo técnicas. Na roupa fiz um pontilhado. Na frente foi mais suave. O morcego fiz em uma orientação diferente para ser uma imitação de pelo. Heloíse Gabardo afirma que é de Curitiba, e sentiu “uma dorzinha” durante o procedimento. “Mas vale a pena pelo desenho. Foi ele quem escolheu o desenho. Eu sou só a tela”, observa. Ela se diz admiradora do realismo na tatuagem. “Gosto que o desenho seja igual o decalque da imagem”, afirma.

Técnica antiga

O tatuador Rodrigo Maldonado é de Marília e fez demonstrações de como realizar o trabalho à moda antiga, no estilo tebori, estilo tradicional japonês que não usa a famosa “maquininha”. “O segredo é ter um conjunto de fatores que ajuda no final. É preciso ter paciência, ter a ferramenta certa, a solda de agulha bem feita e manter a posição correta da mão”, aponta. Ele diz que é muito mais difícil de fazer por esta técnica, mas garante que o resultado é melhor. “O tebori machuca menos a pele, dói menos e o resultado final é que a pigmentação fica mais saturada”, garante. Ele relata que aprendeu a técnica com um amigo japonês.

A produtora da Expo Tatoo Londrina, Laryssa Nicolini, afirma que esta exposição configura a maior do Paraná. “Temos em nosso evento mais de 110 estandes. São mais de 300 tatuadores que vieram do Brasil inteiro e do exterior. Tivemos concursos de miss pin up, cosplay, praça de gastronomia completa, espaço bazar e espaço kids gratuito”, elenca. Ela destaca que no sábado foi realizado o show da banda Motorocker. “Neste domingo (8) temos a grande final da batalha de rimas, cujas seletivas foram realizadas no Brasil todo. Então vem o melhor da rima do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Curitiba, de Maringá e de Londrina”, afirma.

Ela acrescenta que no domingo haverá costelada fogo de chão beneficente. “A renda será revertida para o Instituto Alicerce, que cuida de cinco institutos responsáveis por crianças de 0 a 5 anos de idade. Neles as crianças fazem seis refeições ao dia. O nosso ingresso é 10 reais e um quilograma de alimento para ajudar essas instituições”, afirma. Ela reforça que o evento é realizado de forma totalmente independente.

A Expo Tattoo Londrina foi permeada por concursos de várias categorias de tatuagem, mas também abraçou categorias que possuem relação com o seu universo, como o de cosplays e de miss pinup. A londrinense Gardênia Soares, por exemplo, foi jurada do concurso de Miss Pin Up. Amante de cultura vintage, ela relata que uma miss pin up tem que estar sempre bem arrumada. "É ser praticamente uma pessoa doce, uma pessoa sorridente e alegre”, define.

Serviço:

3ª Expo Tattoo Londrina 2019

Data: de 6 a 8 de setembro de 2019

Horário de abertura dos portões para o público: 10 horas da manhã

Preço do ingresso: R$ 15 ou ingresso social R$ 10 mais um quilograma de alimento