A Prefeitura de Curitiba descartou ontem a hipótese de que a mortandade de peixes no lago do Parque Barigui tenha sido causada por toxicidade na água. Exames realizados para avaliar a qualidade da água no lago descartam a existência de resíduos químicos que possam ter causado a morte dos peixes. Até o final da tarde de ontem, a prefeitura já tinha recolhido 6,9 toneladas de peixes mortos no local.
Os animais começaram a aparecer mortos há uma semana, mas a Secretaria Municipal do Meio Ambiente só se manifestou dois dias depois dos primeiros registros, no último dia 26. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está realizando os exames nos peixes para determinar a causa da mortandade. O resultado só será divulgado na próxima semana, já que é mais complexo do que o realizado em amostras de água.
A conclusão do laudo da qualidade da água, no entanto, não agradou a ambientalistas. O biólogo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Tiaraju Fialho, disse que a quantidade de efluentes industriais jogados no Rio Barigui é muito grande para não haver consequências. Ele reclama da demora para conclusão do laudo técnico que vai acusar o motivo das mortes. ‘‘Resíduos tóxicos podem ter efeito acumulativo nas pessoas em contato com a água ou peixe contaminados’’, explica. ‘‘É necessário um levantamento específico para saber quais os rejeitos que estão sendo jogados no rio’’, complementa Tiaraju.
Dados da prefeitura apontam a existência de 236 indústrias que geram efluentes e os despejam no Rio Barigui, que desemboca no lago do parque. Nos últimos dois meses, a prefeitura já notificou dez delas. ‘‘Mas agora todas estão regularizadas’’, assegurou a superintendente de controle ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias.