Belo Horizonte e Rio - Três bombeiros que trabalham em resgate na área atingida pela barragem da Vale em Brumadinho foram diagnosticados com excesso de alumínio no sangue, conforme comunicado do governo de Minas Gerais. Um quarto agente teve cobre detectado no exame.

"Considerando a atividade de busca e salvamento vem sendo aplicado o protocolo de monitoramento da saúde em todos os profissionais, por meio da dosagem de metais no sangue e urina. Até o momento foram detectados três exames alterados para o parâmetro alumínio no sangue", diz o texto.

Segundo o governo, "cabe esclarecer que a alteração nesse parâmetro não significa intoxicação aguda por esse metal e essas pessoas permanecem assintomáticas. E seguindo o protocolo de monitoramento de sua saúde. É esperado que após a interrupção da exposição, os níveis de metal no organismo sejam normalizados".

O excesso de alumínio no organismo, segundo estudos recentes, mostra correlação com doenças com Alzheimer e alguns tipos de câncer. Pode haver ainda alterações crônicas de problemas intestinais e inchaço abdominal.

A Vale informou que está buscando no mercado outras empresas para fazer auditorias em suas estruturas, depois que a alemã Tuv Sud avisou que não iria mais emitir DCEs (Declarações de Estabilidade de Barragens) para a Vale até que seja revisto o sistema de avaliação dessas DCEs.

A Tuv Sud atestou a segurança da Barragem 1 da mina da Vale em Brumadinho, que se rompeu há quase um mês e causou a maior tragédia desse tipo de acidente com barragens do Brasil, que caminha para um saldo de mais de 300 mortos. Esta semana, o governo brasileiro proibiu a construção de barragens do tipo da mina da Vale em Brumadinho e exigiu que a mineradora desative as existentes.

"A Vale informa que está em contato com outras empresas reconhecidas no mercado para realizar as auditorias de suas estruturas, enquanto as autoridades apuram os fatos", informou a companhia por meio de nota.

Segundo a Tuv Sud em nota enviada à imprensa, "há maior incerteza sobre a confiabilidade do atual sistema de DCEs (Declaração de Condição de Estabilidade da Barragem) quanto às condições de estabilidade das barragens e se o sistema ainda pode ser considerado apropriado para uma proteção adequada contra riscos graves das barragens de rejeitos, em particular para a vida humana e o meio ambiente."