O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou seis pessoas investigadas por exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro em Arapongas (Região Metropolitana de Londrina). A acusação traz seis crimes, com diferentes participações dos envolvidos: organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, obstrução da justiça e lavagem de dinheiro.

O mentor do esquema seria o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Arapongas Osvaldo Alves dos Santos, acusado de atuar como chefe do esquema de exploração da contravenção do jogo do bicho, sendo o responsável pelo fornecimento de “máquinas para os jogos ilegais usadas nos estabelecimentos comerciais, além de ordenar pagamentos e transações financeiras, bem como por determinar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos com o objetivo de facilitar a prática da contravenção”.

Segundo o Gaeco, ele controlava 257 pontos de jogos do bicho. Além disso, entre os denunciados estão o delegado aposentado da Polícia Civil Marcelo Sakuma – que seria um dos coordenadores do esquema criminoso e teria praticado, entre outros delitos, corrupção passiva e ocultação de provas – e uma ex-servidora da 22ª Subdivisão Policial de Arapongas, que teria recebido propinas mensais para dificultar o combate ao jogo do bicho na cidade.

Em nota, o advogado Marcos Prochet, que defende o ex-vereador, informou que até o momento, seu cliente "não foi formalmente citado acerca do oferecimento da acusação". Disse ainda que só se manifestará no processo "caso a denúncia venha a ser recebida pelo Poder Judiciário". A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Sakuma.

Batizada de Operação Arapongas, a investigação foi deflagrada em setembro de 2020 para apurar o funcionamento de um possível esquema de corrupção de policiais na 22ª Subdivisão Policial de Arapongas. Em sua comunicação, o grupo denominava a propina como “costuras, blusas ou encomendas”, e o bicheiro era chamado de “costureira”. Além disso, há indícios de fornecimento de informações sigilosas para o grupo criminoso por agentes da Polícia Civil.