O desafio de superar a internação por complicação da Covid-19 muitas vezes pode ser somente uma etapa do processo de recuperação do paciente. Algumas pessoas apresentam sequelas e, por vezes, elas são persistentes. Se em alguns casos elas duram alguns meses, há o risco até de as mudanças se tornarem permanentes.

A manicure Juliane Cristina Macerdo Santos Tirolli, 32, nunca havia apresentado problemas de pressão. No entanto, após ter contraído a Covid-19, começou a ter dores de cabeça. “Fui ver com a médica, que pediu uma série de exames. O problema da pressão alta é que ela não tem muitos sintomas", declara. As dores logo começaram a afetar o cotidiano de Tirolli. "Tinha uma dor muscular que subia para a nuca. A médica pediu para eu comprar um aparelho para medir a pressão três vezes por dia.”

Tirolli logo percebeu que estava com pressão alta, embora os demais exames médicos não indicassem a origem dessa alteração. “Antes a minha pressão era de até 11 por 8, 11 por 7. Ela sempre foi baixa e qualquer calor, já abaixava. Mas depois da Covid ela chegou a 17 por 11 ou 17 por 12. Ficou bem bem alta”, destaca.

“A médica perguntou se eu tinha tido contraído Covid, porque ela estava atendendo vários casos de pessoas que estavam apresentando essa alteração depois de ter a doença. E esses sintomas começaram seis meses depois de eu ter contraído a Covid", declara. "Me incomoda bastante. Primeiro porque ao tomar a medicação, a pressão oscila muito durante o dia. Então tenho que tomar um medicamento cedo e um à noite. Incomoda muito, porque às vezes eu estou bem e, do nada, minha cabeça dói muito".

FORMA DE ENCARAR A VIDA

Diante da gravidade da doença, muitas pessoas encontram na religiosidade uma forma de lidar com o novo coronavírus. O advogado José Spillari contraiu Covid-19 no início de março de 2021. “Fui internado no 11º dia do vírus, com 80% do pulmão comprometido. Fiquei somente na enfermaria, com o uso de catéter de oxigênio.” Segundo ele, o uso de medicamentos apresentou bom resultado, mas após a alta ele precisou passar por dez sessões de fisioterapia. Também teve sintomas de ansiedade e tristeza. “A Covid muda muitas coisas, como a forma de encarar a vida, trabalhar, fazer as coisas. Ela afetou mais a minha memória, que ficou como uma espécie de nuvem.”

Sobre as pessoas que minimizam a doença, Spillari mostra-se incomodado. “Acho pouco confortável ver as pessoas lidando com desprezo com o vírus. Elas não têm noção do que é ficar isolado, internado, sem saber como será o dia.”

icon-aspas A vida pertence a Deus, você não tem controle de nada

Usuário de marcapasso cardíaco, Spillari diz que a sua família viu esse processo de recuperação com preocupação durante a sua internação por Covid. "Eles acompanharam com muita oração e fé em Deus.” Ele, por sua vez, ao ser internado, relata que sentiu que a vida não lhe pertence. “A vida pertence a Deus. Você não tem controle de nada e a Covid dá uma lição para muitos. Não somos nada e temos que fazer as coisas melhores a cada dia. Me fez encarar a vida de uma forma melhor para sempre tentar dar o melhor de mim”, ressalta.

DOR DE CABEÇA E PERDA DE MEMÓRIA

O médico neurologista Luis Sidônio, de Londrina, afirma que complicações como perda de memória decorrente da Covid-19 são frequentes. “Elas são mais presentes nas pessoas que tiveram quadros mais graves, com internamento, mas não só nelas. Às vezes, há pessoas que mesmo tendo apresentado quadro leve, também podem ter, embora em uma proporção numericamente inferior.”

O profissional reforça que os sintomas geralmente são transitórios. “Com o tempo eles vão passando, mas muitas vezes atrapalham tanto o dia a dia, a capacidade de trabalho, que a gente tenta alguns medicamentos. Vale lembrar que esses distúrbios de memória também podem estar envolvidos com a ansiedade e a depressão, pelas próprias características da doença. A gente vê tanta gente morrer que até a psiquê fica um pouquinho alterada”, diz. “Às vezes a gente tenta, nessa linha, combater a falta de memória com remédio para ansiedade."

Sobre a falta de concentração e perda da memória, Sidônio ressalta que o tratamento é feito com estimulantes de atenção e de concentração.

icon-aspas Sequelas geralmente são passageiras, mas afetam o dia a dia

A complicação de Covid-19 mais comum entre os pacientes que chegam ao consultório é a dor de cabeça, também chamada de cefaleia. “Nós tratamos isso com os remédios normais para enxaqueca.” Somente no dia da entrevista, ele já havia atendido dois casos de cefaleia decorrente da Covid-19. “Por consequência, o gosto da comida fica muito ruim. Eu uso aromas para estimular esses órgãos receptores da olfação. São aromas fortes como o do limão, baunilha, chocolate ou do eucalipto. O paciente vai cheirar cada um desses aromas por 15 minutos, de quatro a seis vezes por dia, para tentar regenerar esses neurônios responsáveis pelo olfato. Também tem outras complicações como, por exemplo, casos de surdez em que ela foi tão intensa que houve necessidade de uso de aparelho", destaca.

Questionado se os casos de sequela são reversíveis, Sidônio afirmou que a maioria é. “Mas ainda estou com pacientes com dores de cabeça constantes um ano após a Covid. A maioria vai melhorando com o tempo, mas no caso de perda da audição, por exemplo, que necessitou de aparelho, a surdez foi completa. Tenho pessoas que tiveram a perda do olfato no início da pandemia e nunca mais recuperaram. Podemos dizer que 90% desses sintomas regridem com o tempo, com a medicação, mas uma minoria fica rebelde e difícil de tratar.”

SEQUELAS PSICOLÓGICAS

A psicóloga clínica Luciane Vecchio, especialista em desenvolvimento humano, realiza atendimento clínico desde 2004. Ela ressalta que o isolamento social provocado pela pandemia foi muito repentino. “Mesmo pessoas menos ativas tinham algum tipo de rotina e vida social. Eu percebi que, dos pacientes que tiveram complicações severas e foram internados, todos desenvolveram algum tipo de sequela neurológica ou psicológica, ou ambas. E pelo menos 30% dos casos gerais tiveram sequelas psicológicas.”

Ela ressalta que os pacientes passaram a ter sintomas como insônia, depressão, ansiedade e até mesmo TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). “Pessoas que já tinham predisposição ao TOC desenvolveram uma preocupação excessiva com limpeza, por exemplo. Há aqueles que desenvolveram a necessidade do uso de várias máscaras. Em outras pessoas surgiu o medo excessivo da morte, porque começaram a encarar isso como algo muito mais real do que no nosso cotidiano normal.”

icon-aspas Pessoas com predisposição a TOC podem desenvolver preocupaçoes excessivas

Segundo Vecchio, é importante promover um trabalho multiprofissional. “Além da psicoterapia com um psicólogo, algumas pessoas devem ser encaminhadas para o psiquiatra para trabalhar com ansiolíticos ou com antidepressivos ou com algum outro tipo de medicamento. As que precisaram de uma reabilitação respiratória não sofreram só uma sequela física, e também necessitam acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e de um suporte multidisciplinar. O que têm sofrido problemas de esquecimento, têm tido dificuldade de concentração, problemas de execução de várias tarefas e até mudança de comportamento emocional, além do psicólogo, é indicado o trabalho em conjunto com um neurologista e com a terapia ocupacional. "A gente ainda não conhece a extensão da doença. Os próprios neurologistas não conhecem. O esquecimento momentâneo para alguém pode durar por três meses, para o outro pode durar muito mais.”

Ela reforça que o trabalho multidisciplinar é importante para acalmar o paciente, para que ele entenda que é bastante provável que as sequelas não sejam para sempre. "Eu mesma tive Covid-19 e tive um esquecimento pesado por uns três ou quatro meses. Agora já estou bem melhor. Claro que eu não sou o único modelo, mas a gente entende que isso vai passando, embora nem todos consigam já que para alguns pode ter ocorrido algum tipo de comprometimento neurológico. A própria retomada da rotina ajuda nesse processo, mas é preciso ter personalidade e positividade para ser mais resiliente. Isso vai influenciar muito na recuperação", garante.

MECANISMO DA DOENÇA AINDA ESTÁ SENDO INVESTIGADO

A Covid-19 é uma doença multisistêmica, seu mecanismo está sendo investigado e ainda não foi esclarecido
A Covid-19 é uma doença multisistêmica, seu mecanismo está sendo investigado e ainda não foi esclarecido | Foto: Gustavo Carneiro

A Covid-19 é uma doença multissistêmica, que pode afetar vários órgãos e sistemas. O mecanismo dela ainda está sendo investigado e ainda não está esclarecido. As pesquisas sugerem persistência da inflamação crônica, efeitos residuais da infecção por Sars-Cov-2 por conta de danos celulares advindos de resposta imunológica, complicações relacionadas à infecção, síndrome pós-cuidados intensivos, efeitos adversos de medicamentos, descondicionamento físico e problemas psicológicos como estresse pós-traumático.

As informações são de Celita Salmaso Trelha, doutora e professora do Departamento de Fisioterapia da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e coordenadora do Projeto de Pesquisa “Avaliação clínica funcional e qualidade de vida de pacientes após 1, 2, 6 e 12 meses do diagnóstico de infecção por Sars-Cov-2 no município de Londrina”. Segundo ela, pode-se observar a persistência de alguns sintomas relacionados à Covid-19 que perduram por oito semanas ou mais, após o paciente ter sido diagnosticado com Covid-19, a denominada de Covid longa.

Na pesquisa, aponta Trelha, após um ano do diagnóstico de Covid-19, dos 205 participantes, 48,3% apresentavam a persistência de pelo menos um sintoma auto-relatado e os principais sintomas foram: fadiga (18,5%), perda de memória (16,6%), desânimo (10,2%), dor no corpo (10,2%), dor de cabeça (9,3%), alteração do olfato (9,3%), falta de ar (7,3%), alteração do paladar (6,8%) e tosse (2,4%).

De acordo com a pesquisadora, a Covid-19 varia entre os indivíduos acometidos, enquanto alguns se recuperam rapidamente, outros experimentam sintomas persistentes e muitas vezes incapacitantes. “Também verificamos em nossa pesquisa que 40,7% referiram apresentar limitação na funcionalidade, sendo 24,3% limitação funcional muito leve, 14,3% leve e 2,1% moderada. É importante ressaltar que não há relação entre a gravidade da infecção aguda por Covid-19 e a Covid longa. Em nossa pesquisa cerca de 10% foram hospitalizadas, sendo que a grande maioria apresentou sinais e sintomas leves na fase aguda da doença.”

Esses sintomas persistentes podem impactar na realização de atividades do dia a dia, no trabalho e estudo, no lazer e na qualidade de vida das pessoas acometidas. Trelha explica que com tratamento multi e interdisciplinar muitos pacientes apresentam melhora e retornam às suas atividades laborais.

Ela ressalta que o fechamento de um diagnóstico depende de fatores como os sintomas persistentes e as doenças instaladas. Os sintomas podem ser muito variados, incluindo fraqueza muscular, depressão, doenças respiratórias, falta de ar e tosse, alterações de olfato e de paladar. “Por se tratar de uma doença multissistêmica e crônica o trabalho multi e interdisciplinar é essencial e de fundamental importância. Gostaria de destacar a atuação de profissionais da fisioterapia, educação física, psicologia, nutrição, enfermagem, medicina e outras áreas como o serviço social. É mais um desafio para os profissionais de saúde.”

Trelha explica que logo após o diagnóstico de Covid-19 é preciso procurar um profissional de saúde, da forma mais precoce possível, para evitar o agravamento dos sintomas. “Além disso, reinfecções da Covid-19, mesmo com quadros mais leves, se associam à Covid longa. Evitar a Covid-19 é a melhor maneira de prevenir a Covid longa, como vacinação, uso de máscaras e álcool em gel e evitar aglomerações.”

Sobre o movimento que pede para desobrigar o uso de máscaras faciais, Trelha ressalta que o equipamento de segurança tem sido uma das principais medidas de segurança contra o coronavírus. “É preciso ter responsabilidade nessa decisão, já que a população se baseia nas determinações do governo, por isso estão sendo analisados os números para que a decisão seja tomada no melhor momento. Alguns países da Europa e os Estados Unidos já tiveram a experiência de liberar a utilização obrigatória das máscaras e precisaram voltar atrás. O acompanhamento do comportamento epidemiológico da doença poderá ajudar nessa tomada de decisão.”

MINISTÉRIO DA SAÚDE REALIZA CAPACITAÇÂO PARA REABILITAR PACIENTES

O Ministério da Saúde, em parceria com a Diretoria de Tecnologias na Educação da Universidade Federal do Maranhão, irá capacitar profissionais de saúde que atuam no processo nas esferas hospitalar, ambulatorial e domiciliar no Sistema Único de Saúde (SUS). Eles terão até o dia 31 de março para participar do Curso de Reabilitação do Paciente com Condições Pós-Covid. O curso tem carga horária de 45 horas, no formato ensino a distância (EAD) e é dividido em três unidades: reabilitação neurofuncional do paciente com condições pós-Covid; reabilitação cardiorrespiratória do paciente com condições pós-Covid; e reabilitação das funções mentais, cognitivas e psicológicas após quadro de Covid-19.

A plataforma utilizada para o curso gerido pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde é a UNA-SUS (Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde). Para acessar os serviços oferecidos pela UNA-SUS, é necessário, primeiro, fazer o cadastro por meio do site. Após preencher os campos solicitados, uma mensagem será encaminhada para o e-mail informado. Basta clicar no link enviado e, em seguida, fazer a inscrição no curso desejado.

Ao longo das aulas é possível compreender as consequências e impactos da Covid-19 sobre a saúde dos indivíduos afetados, assim como reconhecer estratégias de reabilitação e orientações quanto às necessidades de intervenção aos usuários do SUS que se infectaram pelo Sars-Cov-2.

PARANÁ

Segundo o Secretário Estadual de Saúde, Beto Preto, sobre os sequelados da Covid, a sua pasta levantou que há 80 mil sequelados no Paraná. “Alguns tipos de sequelas são mais leves, outros são mais graves. Eles entram na reabilitação dos municípios, que possuem serviços de terapia. Só que os casos mais graves vão necessitar de mais apoio. Isso é um fator que nós vamos ter que superar ainda", ressaltou.

Ele explicou que são pessoas que superaram a internação, mas se depararam com diferentes graus de enfrentamento da doença. “São pacientes que ficaram intubados, com sedativos. Alguns tiveram alta, mas apresentaram dificuldades cardiorrespiratórias, muscular ou até mesmo, de saúde mental.”

“Eu diria para você que nós temos alguns gargalos após a pandemia: a retomada das cirurgias eletivas; a retomada dos atendimentos regulares nas unidades básicas de saúde para cuidar das doenças crônicas como hipertensão, diabetes, asma bronquite; reabilitação desses sequelados e o quarto eixo desse gargalo é a saúde mental. Nós estamos fazendo uma capacitação repetida com os médicos e enfermeiros da atenção básica que realizam a primeira abordagem porque há um número muito grande de pessoas que foram afetadas psicologicamente.”

Para Beto Preto, secretário da Sáude do Paraná, doença mexeu com a saúde mental das pessoas e até índices de violência e suicídio aumentaram
Para Beto Preto, secretário da Sáude do Paraná, doença mexeu com a saúde mental das pessoas e até índices de violência e suicídio aumentaram | Foto: AEN/ Divulgação

Ele ressaltou que ao propagar a informação de que a Covid-19 mata e a orientação para que as pessoas ficassem em em casa, isso mexeu com a cabeça das pessoas. “De repente o vizinho está internado, o parente morreu, enquanto outras pessoas falavam que a doença não mata ninguém. Isso afeta a saúde mental das pessoas. Por isso nós vimos aumentar a violência, o número de suicídios aumentou um pouco também.E aumentou a violência contra a mulher, a violência contra criança. A pandemia vai trazer muitos legados, como a ampliação de leitos de saúde. Ao mesmo tempo, vai deixar um rastro de destruição muito grande.”, destacou.

“Nós vamos chegar a um momento em que a pandemia vai se renovando pela cidade. Já se demonstrou rápida na renovação de variantes. Daqui a pouco nós vamos ter uma outra variante, como já tivemos a Delta, como agora tivemos a ômicron, como tivemos a variante gama no ano passado. Tivemos a cepa P1, da Amazônia Brasileira. Mas nós vamos chegar no meio termo, onde nós vamos ter vacinas com a condição mais elástica da sua imunização, uma imunização mais forte.

SUBVARIANTE BA.2

“Lá no Japão já foi identificada a subvariante BA.2 da Ômicron. Provavelmente ela já deve ter chegado aqui”, ressaltou o secretário. A BA.2 foi identificada por estudos de pesquisadores japoneses das universidades de Tóquio, Kumamoto, Hokkaido e Kyoto e é mais agressiva que a cepa original. As cargas de RNA viral da BA.2 coletadas de pulmões de camundongos foram "significativamente maiores" do que em ratos infectados com BA.1.

Para o futuro, Beto Preto acredita que a vacinação contra o novo coronavírus se tornará anual, como acontece, por exemplo, com a vacinação contra a gripe influenza. “Agora, no final de março, por exemplo, nós vamos possivelmente reiniciar essa vacinação contra a influenza com doses novas que vão cobrir, inclusive a H3N2 da variante Darwin. Mas ainda não chegamos nesse ponto em relação à vacinação da Covid-19. Enquanto isso, nós temos que manter a vacinação, pois ela é o nosso salvo conduto. A vacina é fundamental e é fantástica para conseguir passar por tudo que nós estamos passando.”

De acordo com o secretário, será preciso se acostumar a trabalhar alguns conceitos que vieram para ficar. “Essa questão de lavagem das mãos e do uso do álcool gel veio para ficar. E outros conceitos, como manter os ambientes mais abertos e arejados também. E o uso da máscara, principalmente em ambientes mais fechados, devem continuar. São situações que nós vamos nos acomodar de alguma maneira nesses conceitos.”

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina, mas não houve retorno sobre informações do ambulatório pós-covid do município e nem dados de tratamento realizados aos pacientes sequelados.

Quadros mais graves de Covid-9 podem deixar sequelas nos pacientes, dor de cabeça e perda de memória são comuns
Quadros mais graves de Covid-9 podem deixar sequelas nos pacientes, dor de cabeça e perda de memória são comuns | Foto: Gustavo Carneiro

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