O físico Ricardo Galvão, ex-diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), afirmou que o programa Queimadas, que fornece o informe sobre focos de incêndio em todo o território nacional, tem mais de 35 anos no Inpe.

"Ele fornece os dados de extrema qualidade e respeitados internacionalmente. Um dos primeiros trabalhos científicos sobre focos de incêndio na Amazônia, em 1987, foi publicado usando esse sistema. Essa é uma publicação que tem mais de 300 citações científicas em todo o mundo. Então é um sistema completamente estabelecido e não haveria a menor necessidade de alterá-lo", avaliou.

Segundo ele, o que acontece é que o governo realmente quer ter controle sobre a divulgação de dados ou informes sobre desmatamento, focos de incêndio e outros dados que o desagradam. "É uma decisão apenas política e não motivada por nenhuma razão técnica ou científica", apontou.

Em resposta, o Inmet, o Inpe e o Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia) esclareceram que o SNM (Sistema Nacional de Meteorologia) é um sistema de atuação conjunta de instituições federais de meteorologia, coordenado pelo Inmet/Mapa (Instituto Nacional de Meteorologia), Inpe/MCTI (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Censipam-MD (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia).

“Criado em 3 de maio de 2021, o SNM tem a missão de eliminar todo e qualquer tipo de sobreposição de atividades, gerando assim uma cadeia de processos, produtos e dados interligados e complementares, logo o objetivo do SNM é divulgar os produtos e informações para a sociedade de forma conjunta e não mais em separado como essa ou aquela instituição”, apontou a nota.(Com Folhapress)