O funcionário da Infraero, Álvaro Luiz Presta, relata que Dikran foi seu vizinho por 12 anos e que trabalhou com ele na mesma sala, embora Dikran atuasse pelo DAC e posteriormente pela Anac. “Era um senhor de muitas histórias e tinha uma memória invejável. Eu trabalhava na sala de informações aeronáuticas e ele contava do antigo aeroporto, sobre como eram as instalações todas do começo do aeroporto. Nos anos dourados do café o movimento era muito grande, muito mais do que hoje, gerado pelo táxi aéreo. E ele sozinho conseguia administrar o aeroporto, fazendo de tudo, desde o balizamento de aeronaves e o recolhimento das taxas aeroportuárias, em uma época que o aeroporto era muito movimentado”, destacou.

Mas para controlar tudo, Dikran precisava ser rigoroso. “Como fiscal, ele assumia seu serviço de forma rigorosa na exigência de documentação. Muitos pilotos diziam que se fosse ele quem estivesse na fiscalização, nem apareciam, tamanho o rigor”, destacou Presta. “Têm histórias que aconteceram com pessoas ilustres. Uma delas que ele relatou foi com a Sônia Braga. Ela foi pegar uma flor e ele não se deu conta que era a atriz e chamou a sua atenção. Esse episódio aconteceu quando ele esteve no aeroporto de Maringá e teve muita repercussão”, destacou.

Emydio Junior, engenheiro e chefe de manutenção do aeroporto de Londrina, trabalhou com ele de 1993 a 1998 e relembra o contato do Dikran quando o aeroporto ainda possuía a torre antiga. “Era uma pessoa muito alegre. Ele gostava muito de tirar fotos e elas eram bacanas. Tinham muitas do começo do aeroporto e ele chegou a fazer uma exposição de fotos com esse acervo. Não sei se ele deixou essas fotos com alguém, mas lembro que ele fazia questão de guardar todas elas”, destacou.