Curitiba - A UFPR (Universidade Federal do Paraná) divulgou nessa quarta-feira (15) o resultado da segunda fase do vestibular 2019/2020. A exemplo do que ocorreu no ano anterior, a maioria dos 5.180 aprovados concluiu o ensino médio em escola pública (59,79%) e é paranaense (78%).

Festa dos aprovados teve o tradicional banho de lama
Festa dos aprovados teve o tradicional banho de lama | Foto: Giuliano Gomes/Folhapress

Conforme a UFPR, houve 38.453 inscritos, que concorreram a 5.690 vagas de graduação. A lista dos aprovados está disponível no site do Núcleo de Concursos, no aplicativo +UFPR e foi colocada em um mural físico no campus Cabral, em Curitiba, onde aconteceu o tradicional banho de lama.

Em entrevista coletiva, o reitor da instituição, Ricardo Marcelo Fonseca, disse que o processo foi exitoso, sem nenhum sobressalto. "Apesar dos 38 mil inscritos, não houve nenhuma interferência ou problema. Houve completa estabilidade", afirma.

Fonseca lembra que, há mais de 100 anos, a foto dos aprovados mostrava apenas homens brancos da elite curitibana. "Hoje temos um equilíbrio absoluto, alguns décimos a mais do sexo masculino em relação ao feminino. Os aprovados são sobretudo filhos da nossa terra. Mais de 90% residem no Paraná, sendo 52% de Curitiba", acrescenta.

"Estamos presentes não só na capital, mas também no Litoral, no Oeste e no Norte do Paraná", prossegue. Outros 19,52% residem na Região Metropolitana de Curitiba. Moradores das demais cidades do Estado totalizam 18,22% dos aprovados. Pouco menos de 30% dos novos alunos completarão 18 anos em 2020 (29,77%).

O reitor conta que as cotas [para estudantes de escola pública e, dentro desse grupo, negros, indígenas e pessoas com deficiência] não chegaram a preencher os 50% previstos em lei. "Ou seja, muita gente da escola pública se inscreve na chamada concorrência geral".

O curitibano Alexandre Fernando Galvão Gonçalves, de 18 anos, é um dos aprovados no curso de Direito. "Acho que vou adorar. Sempre gostei muito de ler e tenho vários amigos que fazem Direito (...) A universidade pública sempre vai ser universidade pública, independentemente de como esteja a situação política do País. Ela continua sendo melhor. Estou muito tranquilo", diz.

Gabriela Pereira, também de 18 anos, é natural de Ponta Grossa, mas se mudou para Curitiba já pensando no vestibular de Ciências Sociais. "Esperei por três anos para entrar. Agora as expectativas são as melhores possíveis. Só quero que chegue o primeiro dia de aula". Na avaliação dela, é fundamental que os alunos novos cheguem "para defender a educação".

As matrículas serão feitas em dois períodos: de 25 a 27 de janeiro para os calouros que ingressam no primeiro semestre; e de 1º a 3 de fevereiro para os que entrarão no segundo semestre.

PERSPECTIVAS

Fonseca também falou sobre as dificuldades enfrentadas pela universidade em 2019, devido ao contingenciamento de verbas. "Somos a mais antiga universidade do Brasil. Nesses 107 anos, tivemos períodos de turbulência e de calmaria. Se vivemos hoje um período de maiores desafios, isso exige uma resposta, exige firmeza, posicionamento, mas ao mesmo tempo demonstra que não são flutuações circunstanciais que abalam essa estrutura".

De acordo com ele, o orçamento de 2020 é igual nominalmente ao de 2019. "Nós tivemos que apertar o cinto, vivemos sobressaltos. Não posso fazer previsões sobre aquilo que não sei, se haverá ou não contingenciamento. Mas o que eu posso dizer com segurança é que a universidade vai sobreviver, de uma maneira ou outra. Se houver execução orçamentária tal como prevista, nós terminaremos 2020 não só inteiros, mas crescendo e mostrando resultados, como aconteceu em 2019".