O Sinepe (Sindicato das Escolas Particulares de Londrina) e o prefeito Marcelo Belinati (PP) acordaram que o município não vai interferir no decreto estadual que autoriza o retorno das aulas nas escolas privadas em formato híbrido (aulas presenciais + atividades remotas) a partir desta quarta-feira (10). Segundo o presidente da entidade, Alderi Ferraresi, a decisão foi tomada depois de uma reunião que durou aproximadamente duas horas na prefeitura.

Imagem ilustrativa da imagem Escolas particulares de Londrina retomam aulas presenciais nesta quarta-feira
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Com isso, os estabelecimentos de ensino já começam a se organizar. Das 140 instituições particulares existentes em Londrina, Ferraresi estima que 80 voltem nesta quarta. "O restante deve voltar a partir da próxima segunda. Cada escola é livre para definir como e quando vai retornar com as atividades. No final do ano passado, retomamos as aulas presenciais após uma vitória judicial e não registramos incidentes. Tudo transcorreu dentro da normalidade", disse.

Para o presidente do Sinepe, os alunos foram muito afetados com a suspensão das aulas. "O fechamento das escolas causa um prejuízo enorme para a família. Não é só o estudante que fica estressado, mas os pais também. Isso não poderia continuar. Não há mais como ficar no sistema remoto. O ensino dessa forma não é o mais adequado", opinou.

Regras

No encontro com o prefeito, representantes do sindicato se comprometeram a mapear o comportamento da Covid-19 nas escolas particulares. O levantamento será fornecido de 15 em 15 dias para a Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária. "Cada unidade vai ter que emitir um relatório nesse prazo informando se algum aluno ou funcionário contraiu a doença", explicou Ferraresi.

Durante o encontro, Belinati não teria descartado suspender novamente as aulas. "Ele falou sobre essa possibilidade e concordamos. Se constatarmos o aumento de casos com a reabertura das escolas, não vamos contrariar um possível fechamento", observou o representante do Sinepe.

Volta às aulas x superlotação nos hospitais

Alderi Ferraresi comentou que os estabelecimentos particulares de ensino não podem ser culpados pela evolução da Covid-19 em Londrina. "Com as crianças dentro das escolas, seguindo todas as normas sanitárias de distanciamento, uso de máscara e álcool-gel, acreditamos que os índices da doença em Londrina podem inclusive serem reduzidos. Na prática, elas não estão indo para a aula, mas tendo contato com outras pessoas", ponderou.

No boletim desta segunda, a Secretaria de Saúde confirmou mais 10 mortes pelo coronavírus. Com esses números, a cidade chegou a 743 óbitos. Foram registrados 244 novos casos da doença.

Escolas municipais fechadas

As unidades da rede municipal de ensino continuarão apenas com as atividades remotas. Ainda nesta segunda à noite, o prefeito Marcelo Belinati estendeu o fechamento pelo menos até o dia 4 de abril. "A partir desta data, faremos uma nova avaliação da pandemia no município", argumentou a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes.