O Sinepe/NPR (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Norte do Paraná) obteve liminar no TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) que permite a reabertura de escolas particulares em Londrina e região. A decisão contempla 83 estabelecimentos filiados ao sindicato, sendo 54 em Londrina, incluindo instituições da educação infantil ao ensino superior.

Imagem ilustrativa da imagem Escolas particulares conseguem liminar para reabertura em Londrina e região
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

De acordo com a vice-presidente do Sinepe/NPR, Maria Antônia Fantaussi, a grande maioria dos estabelecimentos está preparada para o retorno das aulas. “Desde abril, logo que as atividades ficaram suspensas, começamos a fazer um protocolo de segurança para a retomada. Cada escola tem seu próprio protocolo porque são estruturas diferentes e realidades diferentes”, explica.

Em comum, os estabelecimentos formalizaram normas que preveem o distanciamento, o uso de álcool gel, a possibilidade de escalonamento da aula presencial com revezamento entre os alunos e a continuidade das atividades on-line para as famílias que optarem pelo ensino remoto.

“É dar o direito de escolha para as famílias. É o momento do gestor ter um olhar para o todo: para a família, o professor e a comunidade. O mesmo cuidado que teremos com os alunos, teremos com os professores e teremos com a comunidade escolar. O professor que apresentar algum sintoma, poderá ficar em casa. Será uma readaptação”, completa.

Na decisão, o desembargador Marques Cury afirma que, "a priori, o auge da pandemia passou, sem que isso signifique, por evidente, que não existam mais riscos". O magistrado cita ainda a autorização da prefeitura para a retomada de atividades não essenciais, como bares e restaurantes, e a reabertura das áreas de lazer.

"Se os profissionais das mais variadas áreas estão retomando suas atividades presenciais, com quem ficarão seus filhos nesse interregno?", questiona Cury.

Segundo ele, o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças aponta que a reabertura das escolas não provocou aumento do contágio na Europa. O magistrado demonstra preocupação também com a saúde mental e física dos estudantes.

Cury cita ainda a diminuição da curva epidemiológica em Londrina e afirma que "a reabertura deverá ser gradual, escalonada, híbrida e sob o viés acolhedor". O retorno será facultativo, sem prejuízos para os estudantes que não se sentirem confortáveis em retornar ao ambiente escolar.

O presidente do Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná), André Cunha, avalia que o momento é de retomada das atividades considerando o escalonamento e todos os protocolos de segurança.

“A gente entende que, da maneira que foi concedida a liminar, os efeitos na circulação de pessoas serão mínimos, muito menores do que as últimas medidas adotadas pela prefeitura como a liberação de eventos. O Sinpro vai fiscalizar de maneira bastante contundente a aplicação dos protocolos de segurança. A gente tem tido reuniões com as escolas desde o mês de junho e entende que a maioria das escolas já sabe como agir nessa situação. [...] Não vamos voltar para o normal, mas anormal estava sem a possibilidade de um retorno, uma flexibilização”, pondera. Os professores que puderem retornar às salas de aula serão orientados a entrar em contato com o Sinpro para o acompanhamento da adaptação.

O diretor de uma das escolas particulares de Londrina, Julio Felis, destaca que o protocolo de segurança será apresentado às famílias em reuniões que ainda serão agendadas. Neste primeiro momento, a data de retorno não foi programada, já que a decisão é em caráter liminar e pode ser revertida na Justiça.

“O colégio está preparado, mas as famílias precisam se sentir seguras. Estamos há oito meses sem esse convívio. Os professores e alunos continuaram de forma remota, mas há um impacto emocional. Nesse período, nosso interesse não foi substituir o ensino presencial, mas levar o conteúdo adiante”, afirma.

A decisão suspende os efeitos dos decretos publicados pela Prefeitura de Londrina nos meses de março e julho, quando houve a interrupção das atividades presenciais nas escolas públicas e particulares e, posteriormente, a prorrogação da medida em razão da pandemia do novo coronavírus. A Prefeitura de Londrina informou que a decisão está em análise pela PGM (Procuradoria Geral do Município).

(Matéria atualizada às 18h39)