Rena, 05 (AE-AP) - Equipes de resgate encontraram mais cinco corpos nesta quarta-feira (05) nos destroços retorcidos de dois trens de passageiros após a escuridão obrigá-los a suspender as buscas, com 12 mortes confirmadas e 23 pessoas ainda desaparecidas.
"Não há esperança de encontrarmos mais sobreviventes", disse Per Erik Skjefstad, da delegacia de polícia. "Agora isto é uma operação técnica de recuperação." Segundo ele, todos os 12 corpos encontrados foram levados a Oslo para identificação.
Os dois trens movidos a diesel, com aproximadamente 100 pessoas a bordo, chocaram-se de frente em alta velocidade na tarde de ontem nas proximidades da estação de Aasta, na municipalidade de Aamot, nas proximidades de Rena, 180 quilômetros ao norte de Oslo.
Das 30 pessoas feridas no acidente, 12 permaneciam no hospital.
Pode demorar dias até que todos os corpos sejam recuperados, alguns dos quais muito queimados.
"Estamos à espreita de corpos soltos. É um trabalho muito difícil porque eles estão bem no fundo dos escombros", disse o socorrista Trond Simarud. "Temos de trabalhar milímetro por milímetro para entrar."
Skjefstad disse que os esforços de resgate foram suspensos durante a noite "porque esse trabalho é tão meticuloso que requer a luz do dia. Não há holofotes tão eficientes."
Ainda havia alguma incerteza em relação ao número de pessoas desaparecidas devido ao fato de os trens envolvidos realizarem apenas viagens locais e não disporem de listas de passageiros nem contagem. Ainda hoje, Vidar Pedersen, da polícia, informou que o número de desaparecidos subiu de 21 para 23. A nova cifra inclui os maquinistas dos trens.
Nesta quarta-feira, um funcionário da companhia ferroviária norueguesa rejeitou especulações publicadas na imprensa de que o bug do ano 2000 foi um dos responsáveis pelo pior acidente envolvendo trens ocorrido no país.
O jornal Dagbladet, de Oslo, citando documento interno do Ministério dos Transportes norueguês, informou que a estatal ferroviária NSB alertou há cerca de dois meses que a transição para o ano 2000 poderia causar problemas e até mesmo colisões de trens.
Sigurd Sandelin, da diretoria da estatal ferroviária, negou a possível incidência de um problema relacionado ao "bug": "Não encontramos problemas, nenhuma falha no que concerne à segurança
em nossos sistemas relacionados ao bug do ano 2000. As falhas encontradas, que não estavam relacionadas à segurança, foram corrigidas", disse ele em entrevista à cadeia de rádio NRK.