Taubaté, SP - Era dia de folga do engenheiro César Augusto Costalonga Varejão. Mas, como estava ansioso para ver a terceira tentativa de lançar o foguete VLS-1 V3, na Base de Alcântara, no Maranhão, não conseguiu ficar em casa. Decidiu ir à base para acompanhar os últimos testes do foguete. ''Ele estava confiante. Na quinta-feira à noite, quando ligou, estava otimista e disse que desta vez o lançamento seria um sucesso'', contou o filho Artur, de 18 anos.
No início da tarde de sexta-feira, ao ficar sabendo da explosão, Artur contou que achou estranho porque o pai havia dito que estava tudo bem com o projeto e que o lançamento teria êxito. ''Fiquei surpreso, ninguém esperava que desta vez pudesse falhar.'' Das 14h30 de sexta-feira às 8h30 da manhã deste sábado, as horas foram de angústia e esperança para a família Varejão.
Na manhã deste sábado, o anúncio da morte rompeu o fio de esperança que ainda restava. A mulher de Varejão, Lúcia, passou mal e precisou ser levada às pressas para um centro médico, com hipertensão. O engenheiro deixou quatro filhos: Camila, César, Artur e Henrique.
Aos 49 anos, o engenheiro, que realizava os testes mecânicos, trabalhava no CTA há 25 anos e sempre falava dos riscos que corria na equipe de propulsão. ''Ele amava o que fazia, mas sempre dizia que trabalhava em cima de uma bomba, por causa do combustível'', recorda Félix.