BRASÍLIA, DF - Com as estradas ainda bloqueadas, filas nos supermercados e hospitais, empresas de táxi aéreo chegam a cobrar até R$ 40 mil para buscar turistas ilhados no litoral paulista, após as chuvas que devastaram a região no fim de semana.

A reportagem entrou em contato por telefone com quatro empresas de transporte aéreo e também conversou com pessoas que estão nas praias de São Sebastião tentando voltar para a capital de São Paulo.

O valor mais caro encontrado foi o de R$ 40 mil para um helicóptero que transporta até 8 passageiros, com serviço de bordo. A mesma empresa disse ter opções mais baratas, para menos pessoas, mas não tinha nenhuma aeronave disponível para esta terça-feira (21). O funcionário afirmou que já tinha recebido mais de 50 ligações no dia à procura de transporte para sair do litoral.

Uma outra companhia disse que cobrava, em média, R$ 17 mil para transportar até 5 pessoas, mas que não estava atuando no litoral paulista neste feriado, porque todas as aeronaves já tinham sido reservadas para outros eventos.

Na praia de Camburi, havia oferta de helicóptero por R$ 16 mil para transportar 6 pessoas até a capital. Já na Barra do Sahy, o valor variava entre R$ 15 mil e R$ 30 mil.

Preços inflacionados

Turistas reclamam que os preços foram inflacionados diante da demanda. Uma matéria da Folha de S. Paulo de 2021 apontava que um helicóptero para três passageiros sairia por R$ 6.960, em média (R$ 7.400 corrigido pela inflação).

A região, no litoral norte de São Paulo, foi fortemente atingida pelo excesso de chuvas, no fim de semana, que provocou mortes, deslizamentos de terras e alagamentos.

GOVERNADOR PEDE QUE TURISTAS VOLTEM PARA CASA

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pediu nesta terça-feira (21) para que os turistas que viajaram para o litoral norte do estado no feriado de Carnaval, se possível, retornem às suas cidades o mais rápido possível.

Antes de ser atingida pelo maior temporal já registrado no Brasil, a cidade de São Sebastião esperava um movimento de mais de 500 mil pessoas durante o Carnaval - número cinco vezes maior que a população da cidade, estimada em 91,6 mil habitantes pelo IBGE em 2021. Essa população extra aumenta a pressão por mantimentos e água após a tragédia registrada durante o fim de semana.