A TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) e a Londrisul entregaram na manhã desta segunda-feira (23) 65 veículos equipados com wi-fi e novos sistemas de pagamento e rastreamento em cerimônia para a assinatura da ordem de serviço dos novos contratos do transporte coletivo na cidade. Os novos contratos entram em vigor neste sábado (28) com validade de 15 anos e marcam uma nova fase na gestão do transporte coletivo na cidade, frutos de um longo processo licitatório realizado ao longo deste ano pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).

De acordo com a Londrisul, que ficará responsável pela área 2 com 50 linhas ou 35% de participação no serviço de transporte coletivo na cidade, o investimento na frota foi de cerca de R$ 30 milhões como previsto no contrato de concessão. A empresa ficará encarregada de cuidar do transporte nos Terminais Acapulco, Irerê e Shopping Catuaí, na zona sul de Londrina.

Já a TCGL afirma que investiu mais de R$ 5 milhões em 11 novos veículos para integrar a frota que já contava com 233. Agora, a Grande Londrina será responsável pela área 1 do transporte, com 65% de participação ou 84 linhas.

Segundo Estefano Boiko Junior, vice-presidente do Grupo Garcia-Brasil Sul, o qual pertence a Londrisul, os novos sistemas de pagamento e rastreamento dos veículos são grandes novidades que visam atrair parte dos usuários hoje em dia mais interessada em novos modais de transporte.

"Ele permite que o usuário pague a passagem com cartão de crédito e débito, além de outros créditos que serão inseridos agora a partir do início da operação como QR code que ele vai poder adquirir nos pontos de venda. E o aplicativo do sistema de transporte vai permitir que o passageiro acesse o sistema e verifique onde que o ônibus se encontra, quanto tempo falta para ele chegar ao ponto trazendo mais comodidade”, explicou.

Questionado se a tarifa que vai ser praticada no ano que vem após o reajuste anual vai ficar próxima dos atuais R$ 4,25 mesmo com a aprovação da lei que prevê desconto de R$ 0,09 no valor a partir de isenção do pagamento do ISSQN (Imposto Sobre o Serviço de Qualquer Natureza) pelas empresas, o prefeito Marcelo Belinati (PP) disse esperar que sim. “O que queremos é fornecer um transporte de eficiência com a menor tarifa possível”, afirmou.

“Até o final do ano estão sendo feitos todos os cálculos pela CMTU, do reajuste dos funcionários, óleo diesel, os insumos, pneu, tudo o que é feito todos os anos. O objetivo é que no mínimo contenha o aumento da tarifa, era uma coisa meio que sem sentido. O ISS quem pagava era o usuário do transporte, não as empresas, e o objetivo era corrigir um equívoco”, afirmou.

Também sobre a tarifa, o diretor de transportes da CMTU, Wilson de Jesus, lembrou que já há uma proposta inicial de R$ 4,31 por parte das concessionárias, no entanto as empresas ainda precisam encerrar as negociações sobre o reajuste salarial dos trabalhadores, o que deve acontecer nos próximos dias. “Nós já temos um panorama de um INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Se tem um INPC fechado a precisão do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) é de 3,78%, se não me engano, pois eles pegam de janeiro a dezembro. Então se você aplicar esse 3,78% em cima dá praticamente R$ 0,10”, ressaltou.

O novo modelo de contrato também prevê que a taxa de lucratividade das empresas, estipulada anteriormente entre 7,5% e 10%, esteja atrelada à índices de qualidade e produtividade do serviço e limitada a 6%. "Ou seja, se não tiver qualidade, vai ficar no zero. E o que é a qualidade, é exatamente o tempo de viagem, se o ônibus está cheio ou não. Lembrando que no primeiro ano de contrato as empresas não têm margem de lucro e têm 60 meses para pagar a outorga para pode operar o serviço, pode ser até recompor o asfalto por onde passa o ônibus", afirmou Belinati.

A promessa é de que os novos veículos entreguem sinal de internet rápida com pacote mensal de 100 megas, além de wi-fi grátis no Terminal Central e nos demais terminais de integração. No entanto, as empresas têm um prazo de até quatro meses para garantirem o funcionamento efetivo em todos os terminais.