Um empresário londrinense do ramo de comércio de tecidos foi detido na madrugada desta sexta-feira (10) após se envolver em uma confusão com acusação de favorecimento à prostituição de adolescente, fuga em alta velocidade, desobediência e desacato.

Imagem ilustrativa da imagem Empresário de Londrina é preso por suspeita de exploração sexual
| Foto: Divulgação/Polícia Militar

Uma menina de 16 anos e uma testemunha de 20 anos afirmam que o empresário teria oferecido dinheiro para manter relação sexual com a adolescente após ela dizer que passava por dificuldades financeiras. À Polícia Civil, o empresário afirmou que sofreu uma tentativa de extorsão por parte de uma terceira mulher.

De acordo com a delegada Lívia Pini, que registrou o caso, as duas mulheres envolvidas afirmam terem ido a uma lanchonete com o empresário e, em seguida, à casa dele. No local, a adolescente disse que passava por dificuldades financeiras e ele teria oferecido dinheiro para um programa com ela. “Em razão disso, [o caso] foi enquadrado como prática de favorecimento de prostituição de vulnerável”, diz a delegada – pela idade da garota, o ato sexual pode ser consentido, o que descaracteriza o estupro.

A testemunha de 20 anos disse, ainda, que conheceu o empresário em uma farmácia, onde ele a teria abordado e iniciado uma conersa. Ela, então, descobriu que várias amigas já o conheciam e ela o descreveu como um “mulherengo”.

Ouvido pela delegada, o empresário negou o ato libidinoso. “Ele fala que só isso [o encontro na lanchonete] aconteceu e que, ao deixá-las em casa, uma terceira pessoa entrou no veículo e começou a extorqui-lo, pedindo dinheiro”, afirma a delegada. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do suspeito.

Perseguição, tiros e atropelamento

A PM foi acionada devido à confusão envolvendo o empresário e as mulheres em um posto de gasolina da Avenida Jorge Casoni, nas imediações do Terminal Rodoviário. DE acordo com o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar, coronel Nelson Villa, a denúncia seria de que o homem, após fazer um programa com a adolescente, teria tentado forçar a outra mulher a fazer sexo com ele.

Os policiais chegaram durante a discussão entre as mulheres e o empresário, mas ele fugiu em uma BMW azul com a chegada da PM. Houve perseguição pela área central da cidade e, numa primeira tentativa de bloqueio de via, o empresário teria jogado o veículo para cima de um policial, que não foi atropelado porque desviou da BMW.

Numa segunda tentativa de bloqueio, na Rua Quintino Bocaiúva, ao perceberem que o motorista não acataria a ordem de abordagem novamente, um dos policiais disparou contra o pneu do veículo. Mesmo assim, o empresário seguiu em fuga, até que ele foi abordado em um terceiro cerco. “Quando abordado, demonstrou-se bastante violento, não obedeceu a ordem do policial e os oficiais tiveram de impor a força necessária para efetuar a prisão dele”, diz Villa. Ele e a delegada Lívia Pini afirmam que o teste do etilômetro não indicou a ingestão de bebidas alcoólicas.

Para o coronel, a suspeita de crime sexual deveria ter sido esclarecida no momento da abordagem pela PM e no encaminhamento para a delegacia. “Nada justifica o que ele fez. Ele estava com um veículo importado, de alta potência, fez manobras extremametne perigosas e quase atropelou um policial que teve de sair da frente do veículo, ou teria sido atropelado. Então, esse desespero dele em não se entregar à ação policial já seria um indicativo de que, talvez, a versão das moças esteja prosperando”, afirmou Villa.

Empresário segue detido

Segundo a delegada Lívia Pini, o empresário permanecia detido no Deppen (Departamento de Polícia Penal do Paraná) até a manhã desta sexta-feira. “[O caso] foi enquadrado como prática de favorecimento de prostituição de vulneráel, mas, também, como desacato e desobediência, em relação aos crimes da perseguição”, diz. Ela também pediu laudos periciais relativos à adolescente.

Ainda de acordo com a delegada, o suspeito tem histórico de passagens policiais.

Atualizado às 12h43

(Colaborou Pedro Marconi)