Empresa de Rolândia é suspeita de receptação de petróleo do Rio
Polícia Civil e Gaeco fluminenses, com apoio de policiais paranaenses, cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão por desvios que chegam a 150 mil litros por semana
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quarta-feira, 06 de novembro de 2019
Polícia Civil e Gaeco fluminenses, com apoio de policiais paranaenses, cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão por desvios que chegam a 150 mil litros por semana
Luís Fernando Wiltemburg e Fábio Galiotto - Reportagem Local
A Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Rio de cumpriram na terça-feira (5) um mandado de busca e apreensão em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), em um escritório envolvido em um esquema de desvio de furto de petróleo e derivados no norte fluminense. Policiais civis paranaenses atuaram em apoio à Operação Sete Capitães, deflagrada pela Delegacia de Defesa de Serviços Delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro e pelo Ministério Público daquele Estado, que prendeu cinco suspeitos.
As investigações da polícia fluminense indicam que o bando fazia, em média, de duas a três retiradas de dutos da Petrobras por semana, de petróleo e de derivados, nos municípios de Carapebus, Quissamã e Macaé. Cada furto totalizava cerca de 150 mil litros e os produtos eram enviados em caminhões bitrens, com capacidade de armazenamento de 50 mil litros, para o Paraná. O valor do desvio corresponde a cerca de R$ 700 mil.
A partir da quebra de sigilo bancário e de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, foram identificados oito suspeitos, dentre eles um policial militar lotado no 32º BPM de Macaé e dois vigilantes da empresa contratada pela Transpetro, para fazer a segurança patrimonial de dutos da Petrobras na região. Eles são acusados de garantir que os comparsas praticassem os crimes de furto sem serem incomodados.
Cinco já foram presos. Rolândia era um dos destinos de petróleo e derivados furtados. Uma empresa, que não teve o nome divulgado até o fechamento desta edição pelo Gaeco do Rio, é suspeita de fazer o refino e devolver o combustível para o Rio e outros Estados. As investigações começaram há dez meses e foram quatro furtos nos dutos da Transpetro, com duas a três retiradas por semana.
Ao todo, foram emitidos sete mandados de prisão e 12 de busca e apreensão contra o grupo criminoso. Os integrantes são suspeitos de organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa e furto qualificado. A ação conta ainda com o apoio da Petrobras, da ANP (Agência Nacional do Petróleo), da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda do Rio), da Corregedoria da PM e da CSI (Coordenadoria de Segurança e Inteligência) do MPRJ.