Hilda dos Santos era empregada da família da mãe de Margarida desde adolescente. Durante o julgamento, ela disse que, além de não ser paga, sofreu todo tipo de abusos físicos e humilhações nas mãos da patroa, que arrancava-lhe os cabelos quando ficava nervosa e chegou a jogar-lhe uma terrina de sopa quente no rosto. René Bonetti foi indiciado como conivente.
O caso chegou ao conhecimento do FBI em 1998, depois que Hilda foi levada por vizinhos a um hospital com um fibroma do tamanho de uma laranja no útero. Transformado em caso exemplar pela promotoria federal do Estado de Maryland, o caso ajudou a tramitação de um projeto de lei no Congresso americano que estende certo direitos e as garantias trabalhistas mínimas a mulheres estrangeiras trazidas para os EUA para trabalhar como empregada doméstica, principalmente por diplomatas, funcionários internacionais e executivos de empresas.
Os argumentos de Bonetti não ajudaram sua defesa. Ele chamou a ex-empregada de ‘‘incompetente e débil mental e disse que ela deveria estar ‘agradecida’ porque não tinha família no Brasil’’.(A.E)