O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou nesta sexta-feira (3), durante visita ao Hospital do Câncer de Londrina (HCL), governos estaduais e prefeituras que estão obrigando novamente o uso de máscaras contra a Covid-19. Em entrevista coletiva, ele classificou a medida como "inútil e uma bobagem sem precedentes".

Imagem ilustrativa da imagem Em Londrina, Queiroga diz que uso obrigatório de máscaras é 'bobagem'
| Foto: Gustavo Carneiro

"Tem gente que usa máscara com uma proteção maior, tem gente que passa o mês inteiro com uma máscara de pano. Qual é a efetividade disso? É zero. Como fiscalizamos isso? Quem fez festinha de Carnaval fora de época? Não foi o governo federal. Os casos aumentaram, mas os hospitais têm suportado a demanda", explicou.

Queiroga disse que é preciso saber conviver com a doença. "Precisamos de um SUS (Sistema Único de Saúde) mais forte. A obrigatoriedade da máscara não é algo novo. É uma política inútil que foi colocada em prática por muitos secretários que não conseguem resolver o problema e jogam a culpa no Ministério da Saúde", comentou.

Em Londrina, as máscaras somente são obrigatórias em estabelecimentos de saúde, como hospitais, farmácias e unidades básicas. Apesar do aumento de casos de Covid-19, o prefeito Marcelo Belinati (PP) voltou a recomendar o uso do acessório em locais fechados.

O ministro Queiroga, entre o reitor da UEL, Sérgio Carvalho, e a deputada Luisa Canziani
O ministro Queiroga, entre o reitor da UEL, Sérgio Carvalho, e a deputada Luisa Canziani | Foto: Gustavo Carneiro

Já a Prefeitura de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) agiu diferente. O item voltou a ser obrigatório dentro das repartições públicas.

INVESTIMENTOS

Além do Hospital do Câncer, onde anunciou um repasse de R$ 11 milhões, Marcelo Queiroga cumpriu agenda na Santa Casa e no HU (Hospital Universitário) à tarde, onde foi elogiado pelo credenciamento de 35 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Em Londrina, o ministro esteve acompanhado da deputada federal Luisa Canziani, que articulou o repasse de R$ 11 milhões ao Hospital do Câncer.

Durante o evento, a superintendente do hospital, Vivian Feijó, pediu a compra de uma ressonância magnética. O equipamento é avaliado em R$ 5 milhões. "Hoje esse serviço é terceirizado. Por mês, gastamos R$ 2 milhões. Faria toda a diferença se tivéssemos o nosso". Queiroga não garantiu a verba.

No discurso no HU, o ministro citou o pedido de ajuda de Belinati para construir três novas unidades de saúde na cidade. Nesta semana, o prefeito explicou que já tem mais de R$ 8 milhões assegurados do Governo do Paraná para as obras.

"Isso tem que ser feito em conjunto, mas nossa prioridade é a atenção primária, ou seja, o posto de saúde. Vamos tentar ajudar, mas o foco é desafogar o atendimento na ponta para que hospitais como o HU não fiquem sobrecarregados de situações que poderiam ser resolvidas na UBS", argumentou.

APOIO AO FILHO

O jornal O Globo publicou nesta sexta que Queiroga estaria ajudando a turbinar a pré-candidatura do filho, Antônio Cristovão Neto, conhecido como "Queiroguinha", em eventos oficiais do Ministério da Saúde na Paraíba, terra natal da família. O rapaz de 23 anos, que é estudante de Medicina, tenta uma vaga na Câmara dos Deputados.

A reportagem denuncia que o jovem esteve ao lado do pai em cinco solenidades nos últimos três meses. "Eu e ele agimos dentro da lei. Ando o Brasil visitando o SUS para fortalecê-lo. Não vejo problema nenhum nisso", desconversou.

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