UBS na zona oeste de Londrina: infiltrações e mofo no teto e nas paredes
UBS na zona oeste de Londrina: infiltrações e mofo no teto e nas paredes | Foto: Marcos Zanutto



O presidente do Sindmed (Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná), Alberto Toshio Oba, ressaltou que o quadro apontado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) de precariedade nos postos de saúde é similar ao que ele viu recentemente durante uma vistoria em Londrina. "O principal problema em Londrina é a precariedade do atendimento básico. O que vimos é mais do que a falta de equipamentos. Havia falta de segurança. Quando visitamos uma unidade um médico foi ameaçado por uma pessoa por se recusar a dar atestado. Vimos a falta de medicamentos de vários tipos, desde antibióticos aos de uso controlado para evitar crises psiquiátricas", relatou.

"Mais do que a falta de equipamentos, é a falta de investimento em capital intelectual. Sem um plano de cargos e carreira adequados não se contratam bons profissionais que estejam engajados e integrados à comunidade", argumentou Oba.
"A solução para tudo isso passa por uma discussão ampla da comunidade. É preciso rever o que é mais importante para priorizar no atendimento público", declarou.
As vistorias foram realizadas em várias unidades de saúde por uma comissão composta por representantes de entidades e de órgãos públicos.

EDIFICAÇÃO
A reportagem foi à UBS (Unidade Básica de Saúde) do jardim Leonor (zona oeste de Londrina) e encontrou o banheiro sem sabonete líquido e toalhas de papel, o vaso sanitário sem assento, o teto estava com uma série de infiltrações e havia mofo no teto e nas paredes. Na última chuva, a água infiltrou na laje e molhou parte da farmácia, onde ficam depositados os medicamentos que são distribuídos para a população. O espaço também apresenta fissuras e rachaduras na estrutura da edificação. "(A estrutura) está defasada como quase todas as outras UBS do município", afirmou o presidente da Associação de Moradores e do Conselho de Saúde do jardim Leonor, Irineu Marques.

Essa unidade será transferida para um outro prédio, que ainda está na fase de projetos. Provavelmente a nova sede não terá os mesmos problemas estruturais, mas até a conclusão das obras há um longo caminho.

A diretora de Saúde e Condições de Trabalho do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina), Giovana Crosxiati, afirma que os trabalhadores que atuam nas unidades de saúde sofrem com a estrutura física e com o básico, como luvas descartáveis. "Nós até recebemos as luvas, mas a qualidade não é das melhores. Os prédios das UBS também estão todos com bolor, mofo e ficam em espaços pequenos", reclamou.