Imagem ilustrativa da imagem Em busca dos nikkeis
| Foto: Mie Francine Chiba



Quase 20 mil quilômetros e 110 anos de imigração separam o Japão da comunidade nipo-brasileira. Aproximadamente 1,9 milhão de descendentes de japoneses (nikkeis) moram hoje no Brasil, mas a comunidade nikkei passa por uma grande mudança de gerações: a estimativa é que apenas 20% pertençam hoje à primeira geração de descendentes (nisseis). A maior parte já faz parte da segunda e terceira gerações (sanseis e yonseis) e muitos nunca visitaram o país de origem de seus ancestrais. Ao mesmo tempo, o governo japonês concentra esforços para estreitar o relacionamento com as comunidades de descendentes espalhadas pelo mundo, consideradas um importante elo entre o Brasil e o Japão.

O governo nipônico considera os descendentes de japoneses "amigos em potencial" do Japão, capazes de aumentar a compreensão do país dentro da comunidade em que estão inseridos. Isso foi dito no Programa de Convite a Descendentes de Japoneses das Américas Central e do Sul, do Mofa (Ministry Of Foreign Affairs - Ministério de Relações Exteriores) do Japão, no qual a repórter da FOLHA Mie Francine Chiba foi uma das participantes e pôde participar durante suas férias, em setembro desse ano.

O objetivo do Programa é fazer com que os participantes conheçam a realidade e as políticas de diplomacia do Japão e que, após uma viagem de uma semana ao país, retornem aos seus lugares de origem e divulguem suas impressões. Participaram da última edição 15 pessoas do Brasil e de outros seis países da América Latina. A seleção é realizada por meio dos consulados e embaixadas do Japão. Chiba foi a única participante da Região Sul do Brasil, de abrangência do Consulado Geral do Japão em Curitiba, a participar dessa edição do programa.

Durante a viagem, os participantes do programa foram recebidos pelas Altezas Imperiais Príncipe e Princesa Akishino, e a Sua Alteza Imperial Princesa Mako de Akishino, e por importantes oficiais do governo japonês. "Muitos de vocês agora são sanseis e yonseis e podem não ter comunicação direta com japoneses. Mas ainda partilhamos da mesma origem, de algumas características, e dos mesmos valores", disse Kazuhiko Shimizu, diretor adjunto da Divisão de Estratégia de Diplomacia Pública do Mofa, durante a viagem. "Descendentes de japoneses são amigos em potencial do Japão. Queremos fortalecer a rede de contato com nikkeis influentes em seus países, e ao fortalecer esse relacionamento, esperamos nos comunicar melhor e promover nosso país através de vocês", ele continua.

Em um país geograficamente distante do Japão, mas com grande concentração de descendentes de japoneses, a chamada "identidade nikkei" se preserva por meio dos valores da sociedade japonesa, transmitidos de geração em geração. Chiba, que é parte da segunda geração de nikkeis no Brasil, conta dos esforços do governo japonês de se aproximar das comunidades de descendentes de japoneses na América Latina em uma série de reportagens publicada na FOLHA, com vídeos e galerias de fotos. No material, ela também fala dos valores da sociedade japonesa, expressos em sua relação com o trabalho, com o casamento, com a reconstrução do país após desastres naturais e com as outras pessoas.

Leia a reportagem completa http://www.folhadelondrina.com.br/mY34528