São Paulo - Pela primeira vez desde o registro da primeira morte decorrente da Covid-19 no país, o Brasil superou a marca dos 2.000 mortos pela doença em um só dia. E superou com larga margem: nas 24h até a noite desta quarta-feira (10), 2.349 brasileiros perderam a vida para a doença. Os dados do Distrito Federal não foram divulgados nesta quarta.

Em um ano desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarava que a Covid-19 era uma pandemia, em 11 de março de 2020, o país saltou de uma posição de retardatário na doença, para a de alto números e relativo controle e, agora, uma sequência aterrorizante de recordes de mortes e média móvel de registro de casos, sem qualquer sinalização de um horizonte vacinal ou de medidas sanitárias que possam controlar a situação.

O desolador padrão de números excepcionais e altos também se repete na média móvel de óbitos dos últimos sete dias, um instrumento estatístico que busca amenizar grande variações nos dados (como costumam ocorrer nos finais de semana e feriado). Nesta, quarta-feira (10), a média chegou ao assustador número de 1.645. Agora já são

Se tragédias que acontecem em um momento isolado costumam chamar a atenção, vale uma comparação. Afinal, o que significam as mais de 2.000 pessoas que morreram nesta quarta?

Duas mil vidas ceifadas significam mais de 7 vezes o número de mortos no rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), em 2019 (259 mortos). Mais de 8 vezes os mortos no incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013. Mais de 10 vezes o acidente do voo 3054 da Tam, em São Paulo (SP), em 2007, e 13 vezes no caso do acidente entre um avião Legacy e o boeing da Gol, na Amazônia, em 2006.