Eleições presidenciais podem ser antecipadas
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segunda-feira, 03 de janeiro de 2000
Moscou, 03 (AE-ANSA) - As eleições presidenciais russas, marcadas pelo Kremlin a princípio para 26 de março, poderão ser antecipadas por decisão dos membros do Conselho da Federação (Senado), que se reunião provavelmente depois de amanhã (05) para definir a data.
O juiz supremo do Tribunal Constitucional, Marat Baglai, disse hoje que o presidente interino Vladimir Putin - que acumula o cargo de primeiro-ministro - poderá solicitar a mudança, desde qeu seja respeitado o prazo máximo de três meses contados a partir da renúncia do presidente Boris Yeltsin (no dia 31).
O Conselho da Federação representa as 89 regiões e repúblicas russas e costuma aprovar as medidas do interesse do governo. Analistas políticos avaliam que, para Putin, seria mais conveniente realizar as eleições o mais breve possível para tirar proveito de sua elevada popularidade em razão da até aqui bem-sucedida campanha militar na Chechênia.
Como a ofensiva militar chegou na sua etapa mais difícil, o quanto antes o pleito realizar-se, melhor para Putin, já aque a tendência é os rebeldes chechenos imporem baixas cada vez maiores aos russos nas próximas semanas.
O novo presidente fez poucas mudanças por enquanto na administração, com destaque para a remoção da filha de Yeltsin, Tatyana Borisovna Dyacheko, do quadro de assessores do Krelmin. Ela era uma das principais conselheiras do presidente e, segundo altos funcionários em Moscou, tinha forte influência sobre o país, sendo por isso considerada uma das eminências pardas do Kremlin.
A remoção de Tatyana já havia sido antecipada no dia da renúncia de Yeltsin e foi interpretada nos meios políticos moscovitas como uma tentativa de Putin de mostrar seu empenho em distanciar-se dos grupos acusados de corrupção, a qual prometeu combater duramente. Tatyana está sendo investigada na Suíça num caso de suborno envolvendo uma construtora suíça.