Usando e abusando das cores e das estampas que têm a cara do verão, a Economia Solidária de Londrina lançou uma coleção de peças infantis confeccionadas pelas costureiras que participam do projeto. Com preço justo e qualidade, a coleção atende meninos e meninas e ainda traz algumas peças que podem ser utilizadas por mães e filhas. As roupas podem ser compradas na sede do projeto e toda a renda é destinada para as costureiras responsáveis pela confecção das peças.

A Economia Solidária é um programa de geração de emprego e renda, vinculado à Secretaria de Assistência Social e com apoio do Cáritas, em que empreendedores produzem e recebem auxílio para vender os produtos. Como parte das ações, Juliana Rocha, coordenadora de gestão do Cáritas, explica que eles tiveram a ideia de fazer o lançamento de uma coleção infantil para a primavera e verão com 11 costureiras que participam do projeto. As peças podem ser adquiridas na sede do projeto, que fica na avenida Rio de Janeiro, 1.278, e no Café e Arte, na praça Sete de Setembro.

O lançamento da coleção foi na manhã desta quinta-feira (5) e contou com o desfile das peças, que são destinadas para meninos e para meninas. Também contempla alguns acessórios, como laços de cabelo e chapéus. “Esse evento foi muito importante porque trouxe visibilidade para as artesãs que trabalham aqui, para a produção delas e também para o espaço de comercialização, já que foi um momento de voltar a atenção e trazer um protagonismo para elas”, pontua. A escolha das estampas e os modelos foram definidos pelas artesãs e a parte mais técnica, como os moldes e a combinação das peças para o desfile, ficou por conta de uma profissional da área que atua no espaço.

Todas as peças da coleção estão disponíveis para venda. Além de peças infantis, há conjuntos para mães e filhas. “As peças têm um acabamento muito bom e foram escolhidas com muito carinho. É uma coleção que foi desenvolvida pensando em cada detalhe”, ressalta. Segundo ela, o preço estipulado para cada peça é justo, tanto para quem fabrica quanto para quem compra.

Todo o dinheiro arrecadado com a venda das peças vai para as artesãs envolvidas no projeto. “Com isso, a gente cumpre o objetivo do projeto, que é a geração de trabalho e renda, já que muitas delas usam esse dinheiro como fonte de renda exclusiva da família”, explica. Além disso, detalha Rocha, promover um evento específico para o lançamento da coleção é uma forma de aumentar a autoestima das costureiras e fazer com que elas se sintam mais empoderadas.

Além da parte voltada para o vestuário, o espaço também conta com objetos para casa, decoração, alimentação, brinquedos educativos e lembrancinhas de Londrina, que são fabricadas por indígenas, pessoas privadas de liberdade e refugiados. O próximo lançamento, que é realizado anualmente, é o de Natal, com produtos temáticos da época. “É um projeto que tem gerado renda e é gratificante ver que o resultado do nosso trabalho está sendo tão positivo”, destaca.

Cleide Oberle, 65, está desde 2015 no projeto e participou da confecção de algumas peças de crochê. Apesar de ser uma "experiência cansativa", ela considera que o lançamento da coleção foi "um sucesso" e diz que muitas peças foram vendidas ainda durante o evento. Para ela, fazer parte do projeto é uma forma de complementar a renda que vem da aposentadoria. “De repente eu me vi sem ter o que fazer, então conheci a Economia Solidária, entrei e para mim é uma ocupação. Eu fiz novas amizades e é algo que me faz bem em todos os sentidos, tanto emocional quanto financeiro”, afirma.