SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a pedir nesta quinta-feira (2) que a população do estado fique em casa a fim de evitar a propagação do novo coronavírus, e pediu que orientações contrárias sejam ignoradas.

"Por favor, não dê atenção a qualquer outro tipo de informação, solicitação, postagem, que seja feita no sentido de estimular que você saia da sua casa. Não saia, exceto por razões essenciais, circunstanciais", afirmou.

O pedido acontece em um momento em que Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) travam embate sobre a condução da crise do coronavírus. O comércio no estado está fechado desde o último dia 23, medida condenada pelo presidente.

Nesta manhã, Bolsonaro compartilhou em suas redes sociais depoimento em que uma apoiadora ataca governadores e a imprensa. No vídeo, uma mulher que se apresentou como professora particular apela para que o mandatário ponha "militares na rua" para encerrar medidas restritivas adotadas por governadores, que determinaram a suspensão de aulas e o fechamento do comércio para tentar conter a disseminação do Covid-19. "Professora em comovente depoimento para o presidente da República. Peço compartilhar", escreveu o mandatário.

Doria, em entrevista à imprensa nesta manhã, afirmou que "a morte não escolhe bolsonarista ou petista."

"E não esperem de mim que eu faça política em velórios. Eu tenho a obrigação e o dever, como governador de São Paulo, de proteger vidas, de defender as pessoas, de agregar, de somar, integrar e pedir solidariedade. A hora não é de dividir, não é de politizar", disse. "Não pauto as minhas ações por conveniência, mas por convicção."