| |

Geral 5m de leitura

Dona de bar suspeito de ser ponto de prostituição em Londrina é solta

ATUALIZAÇÃO
23 de agosto de 2021

Rafael Machado - Grupo Folha
AUTOR

A Justiça mandou soltar a dona do Capitu Bar, localizado na Rua Moçambique, na Vila Recreio, centro de Londrina, e apontada pela Polícia Civil por manter um ponto de prostituição no estabelecimento em que é proprietária há mais de 10 anos. Ela foi presa por investigadores do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes) porque quatro crianças, que são netos da suspeita, estavam no local. 

 

As crianças foram levadas pelo Conselho Tutelar para abrigos da cidade. "Elas não tinham contato com o suposto serviço sexual que aconteceria neste lugar. Estavam em outro cômodo no momento da operação", ressaltou o delegado interino do Nucria, Ernandes Cezar Alves. A mulher foi autuada por favorecimento à prostituição e por manter estabelecimento em que ocorra exploração sexual. 

A decisão de soltura é do juiz plantonista Matheus Orlandi Mendes. O alvará foi expedido e cumprido ainda na tarde de sábado na carceragem feminina, no Jardim Bandeirantes, zona oeste, onde a comerciante estava detida. Na delegacia, ela preferiu não responder os questionamentos da polícia por orientação de sua defesa. 

"Nesse momento, o juiz não se aprofundou nas provas colhidas pelo delegado. Isso vai acontecer durante o processo. O entendimento da Justiça foi que ela solta não traz nenhum tipo de risco. O relatório de escuta especializada, que resume os depoimentos das crianças, mostra que elas não eram expostas a um possível ambiente de prostituição", informou o advogado Bruno Bueno. 

O documento que a reportagem teve acesso é assinado pelo assistente social do Nucria. Apesar das alegações da defesa, a Polícia Civil encontrou no bar uma jovem que confirmou que fazia programas sexuais no estabelecimento "para sua manutenção financeira", como diz o relatório de diligências também obtido pela FOLHA

Sobre essa afirmação dada pela testemunha, Bueno disse que ainda não teve acesso ao depoimento. "No meu entendimento, os elementos reunidos contra a minha cliente até o momento são frágeis. Ela nunca teve envolvimento com drogas. Em todos esses anos, o bar sequer foi denunciado por eventualmente ser um local de prostituição", afirmou. 

Agora em liberdade, a dona do Capitu Bar terá que ficar em casa durante a noite e nos dias de folga, comparecer todo mês no Fórum e não poderá sair da cidade sem autorização judicial. O inquérito ainda não foi concluído pelo Nucria. 

PUBLICAÇÕES RELACIONADAS