A Justiça mandou soltar a dona do Capitu Bar, localizado na Rua Moçambique, na Vila Recreio, centro de Londrina, e apontada pela Polícia Civil por manter um ponto de prostituição no estabelecimento em que é proprietária há mais de 10 anos. Ela foi presa por investigadores do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes) porque quatro crianças, que são netos da suspeita, estavam no local.

Imagem ilustrativa da imagem Dona de bar suspeito de ser ponto de prostituição em Londrina é solta
| Foto: Pedro Marconi/Grupo Folha

As crianças foram levadas pelo Conselho Tutelar para abrigos da cidade. "Elas não tinham contato com o suposto serviço sexual que aconteceria neste lugar. Estavam em outro cômodo no momento da operação", ressaltou o delegado interino do Nucria, Ernandes Cezar Alves. A mulher foi autuada por favorecimento à prostituição e por manter estabelecimento em que ocorra exploração sexual.

A decisão de soltura é do juiz plantonista Matheus Orlandi Mendes. O alvará foi expedido e cumprido ainda na tarde de sábado na carceragem feminina, no Jardim Bandeirantes, zona oeste, onde a comerciante estava detida. Na delegacia, ela preferiu não responder os questionamentos da polícia por orientação de sua defesa.

"Nesse momento, o juiz não se aprofundou nas provas colhidas pelo delegado. Isso vai acontecer durante o processo. O entendimento da Justiça foi que ela solta não traz nenhum tipo de risco. O relatório de escuta especializada, que resume os depoimentos das crianças, mostra que elas não eram expostas a um possível ambiente de prostituição", informou o advogado Bruno Bueno.

O documento que a reportagem teve acesso é assinado pelo assistente social do Nucria. Apesar das alegações da defesa, a Polícia Civil encontrou no bar uma jovem que confirmou que fazia programas sexuais no estabelecimento "para sua manutenção financeira", como diz o relatório de diligências também obtido pela FOLHA.

Sobre essa afirmação dada pela testemunha, Bueno disse que ainda não teve acesso ao depoimento. "No meu entendimento, os elementos reunidos contra a minha cliente até o momento são frágeis. Ela nunca teve envolvimento com drogas. Em todos esses anos, o bar sequer foi denunciado por eventualmente ser um local de prostituição", afirmou.

Agora em liberdade, a dona do Capitu Bar terá que ficar em casa durante a noite e nos dias de folga, comparecer todo mês no Fórum e não poderá sair da cidade sem autorização judicial. O inquérito ainda não foi concluído pelo Nucria.