Doenças do coração matam 400 londrinenses por ano
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sábado, 05 de fevereiro de 2005
As doenças que serão pesquisadas pelo HU (infarto agudo do miocárdio e a cardiopatia chagásica) têm grande incidência em Londrina. De acordo com o médico Samuel Silva da Silva, cerca de 400 pessoas morrem de infarto por ano na cidade, resultando numa média superior a uma morte por dia. Com relação ao mal de Chagas, a cardiologista Divina Seila de Oliveira Marques informou que mais de 700 pessoas em Londrina são chagásicas. Entretanto, apenas 30% delas desenvolvem a doença e só 10% chegam a sofrer sua forma mais grave. É este último grupo que interessa à pesquisa.
A duração prevista para os estudos, segundo os médicos responsáveis, é de 36 meses para a doença de Chagas e de 18 meses para o infarto agudo do miocárdio, além de um período adicional para acompanhamento.
Se a eficácia das células-tronco se confirmar, o tratamento das doenças do coração se tornará muito mais simples, poupando uma série de internações e até evitando transplantes. Para Silva, um dos grandes benefícios será a economia em hospitais públicos como o HU, que enfrentam grande escassez de recursos. ''Poderemos liberar para outras enfermidades o grande número de leitos que hoje usamos para os doentes do coração, que passam semanas internados. Será algo fascinante.''
O presidente do Comitê de Bioética do HU, José Eduardo Siqueira, ressaltou que não existem conflitos éticos envolvendo o uso de células-tronco adultas. ''Estas células não apresentam nenhum problema ético, porque são retiradas da própria pessoa adulta, são células que todos nós temos no nosso corpo. A discussão está no uso de células-tronco embrionárias, porque nestes casos o embrião é produzido especificamente para este fim', explicou.(V.N.)