Disputa entre Embraer e Bombardier pode terminar na quinta-feira na OMC
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segunda-feira, 06 de março de 2000
Disputa entre Embraer e Bombardier pode terminar na quinta-feira na OMC7/Mar, 12:10 Por João Fábio Caminoto Londres , 07 (AE) - A Organização Mundial do Comércio (OMC) poderá adotar uma posição final sobre a disputa de mercado de aviões a jato para passageiros para o transporte regional que envolve a brasileira Embraer e a canadense Bombardier. Em discussão na OMC: quem errou em subsidiar financiamentos? O mercado de aviação regional é estimado em mais de US$ 20 bilhões em um período de três anos de comercialização. A Embraer tem a esperança de vencer a questão, pois, segundo sua diretoria financiou suas vendas, dentro dos padrões internacionais, nada mais. Enquanto aguardava essa decisão da OMC, a empresa brasileira fechou vários negócios com companhias importantes como a Continental americana e também recebeu encomendas de companhias européias, principalmente da Suíça. A Embraer tem encomendas firmes de mais de US$ 3 bilhões e deverá ampliar sua produção mensal na fábrica de São José dos Campos. Também ganhou como sócio um grupo de empresas francesas liderados pela Marcel Dassault, que ficou com 20% do seu capital, controlado pelos grupos nacionais Bozano, Simonsen e os Fundos Previ e Sistel. Na Embraer nas últimas horas ninguém quer fazer comentários sobre o que a OMC poderá decidir. Há a confiança de que a Embraer será beneficiada por uma decisão daquele organismo internacional de comércio. Dizem até que uma prova disto está no fato de que suas encomendas terem se ampliado nos últimos meses, mesmo com os compradores sabendo da pendência com a Bombardier canadense. A Embraer também fez alianças estratégicas com os nomes dos parceiros de risco que participarão do desenvolvimento e produção da nova família de jatos regionais ERJ-170 e ERJ-190. Após enviar solicitações de proposta para 85 dos principais fabricantes da indústria aeronáutica mundial, 58 candidatos apresentaram suas propostas durante o primeiro trimestre do ano passado. Participando pela primeira vez nos programas da Embraer, os já tradicionais fornecedores de produtos aeronáuticos Kawasaki ficou responsável pela seção central da asa, pilone e as superfícies de controle da asa, e a Latecoere será encarregada da fabricação das seções I e III da fuselagem. Em associação com a EDE - Embraer Divisão Equipamentos, a Liebherr será responsável pelo projeto, desenvolvimento e produção do trem de pouso da nova família de jatos regionais. A Parker Hannifin foi escolhida pela Embraer para desenvolver e fabricar os sistemas de combustível, elétricos e de controle de vôo. A companhia brasileira e a Bombardier receberam no segundo semestre do ano passado o resultado de um panel da OMC. Naquela ocasião, Mauricio Botelho, presidente da Embraer, disse ter recebido com satisfação os resultados da OMC, mostrando tanto para a Bombardier como para a Embraer, onde estavam os problemas nos financiamentos. "Recebemos com muita satisfação os resultados da OMC. Quaisquer modificações a serem feitas no PROEX serão pequenas e não afetarão nossa competitividade no mercado. Estamos contentes de que a OMC tenha concordado com muitas das considerações feitas pelo Governo Brasileiro neste processo de apelação. Agora vamos voltar nossas atenções para o que fazemos melhor - desenvolver e produzir",afirmou o presidente da Embraer. A Embraer emprega hoje mais de 7.000 pessoas e é responsável por, aproximadamente, 3.000 empregos indiretos no Brasil. Com o crescimento dos lucros que se sucederam após a sua privatização em 94 , a Embraer reafirmou sua posição de um líder no mercado de aviação regional. Suas exportações ultrapassaram U$ 1,2 bilhão em 1998. E pode chegar a mais de US$ 2 bilhões em 2000. Com a colaboração de Milton F.da Rocha Filho, de São Paulo