Diligência revelou esquema das farmácias
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sexta-feira, 17 de março de 2000
Diligência revelou esquema das farmácias Edinelson Alves Especial para a Folha De Brasília O deputado Vicente Caropreso (PSDB-SC) afirmou na CPI dos Medicamentos que a diligência feita em Curitiba por alguns membros da comissão, ajudou a esclarecer como funciona o esquema das farmácias e das distribuidoras. Pudemos entender no Paraná como funciona o esquema de bonificação usado pelas distribuidoras de medicamentos e também o sistema de repasse de carga roubada. Após ler para a comissão o depoimento de Anderson Donizete de Lima, proprietário da rede Belafarma, onde foram encontrados os medicamentos roubados e sem nota fiscal, o deputado catarinense sugeriu que a CPI aprove a quebra de sigilo telônico e bancário relacionado pelo dono das farmácias. O assunto está sendo estudado pelo relator Ney Lopes (PFL-RN). O deputado Romeu Tuma (PFL-SP) pediu a apreensão da mercadoria roubada. Ele chamou a atenção para o enriquecimento de Donizete de Lima, cujo patrimônio, segundo o parlamentar, cresceu muito rapidamente sem uma justificativa plausível. Descobrimos as empresas que praticam a bonificação. São elas: EMS, Neoquímica, Teuto e a Homoterápica. No caso da Neoquímica, os medicamentos são vendidos, conforme informou Donizete, com 20% de descontos, com esquema feito muitas vezes por meio da nota fiscal, denunciou Tuma. A CPI também conseguiu prorrogar por mais 60 os trabalhos. Para o presidente da comissão, Nelson Marchezan (PSDB-RS), a medida foi fundamental para que os deputados possam concluir as investigações, análises e consultas que estão sendo feitas. Marchezan disse que será possível analisar com profundidade todos os documentos referente a quebra de sigilo dos laboratórios envolvidos no esquema de boicote aos genéricos. Para o relator Ney Lopes, a grande tarefa da CPI é encontrar provas documentais que possam dar consistência as suspeitas de superfaturmento e esquemas ilegais praticados por grandes empresas que estão envolvidas em todo o processo de produção e comercialização dos medicamentos. Se na primeira fase os trabalhos foram centralizados em laboratórios e farmácias, agora estão sendo investigadas as distribuidoras. Robson Tuma (PFL-SP) afirmou ter grandes suspeitas de que algumas distribuidoras estão envolvidas com roubos e desvio de cargas.