Em alusão ao 25 de maio, Dia Internacional da Criança Desaparecida, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) reforça a importância da prevenção, da atuação rápida em casos de desaparecimento e da continuidade nas investigações, inclusive nos casos mais antigos. A data inspira ações de orientação à população e valoriza o trabalho especializado desenvolvido.

A PCPR é a única Polícia Civil do Brasil que possui uma unidade exclusiva para esses casos: o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride). Com sede em Curitiba, o Sicride é responsável por centralizar notificações de desaparecimentos de crianças de até 12 anos, recebendo automaticamente os boletins de ocorrência registrados em qualquer delegacia do estado.

O serviço atua em cooperação com forças de segurança, conselhos tutelares, abrigos, escolas e demais órgãos da rede de proteção. Entre 2019 e 2024, foram registrados 888 casos de crianças desaparecidas no Estado, desde situações de maior complexidade até as mais corriqueiras. Todos esses casos já foram concluídos.

PRIMEIRAS HORAS SÃO ESSENCIAIS

De acordo com a delegada-chefe Patrícia Paz, para registrar o desaparecimento é necessário fornecer uma foto recente da criança, informações sobre locais frequentados, redes sociais utilizadas, vestimentas no momento do desaparecimento e contatos de familiares e amigos. Essas informações são fundamentais para o início das investigações.

A PCPR destaca que as primeiras horas após o desaparecimento são essenciais para o sucesso das buscas. Por isso, orienta que o registro seja feito o mais rápido possível em qualquer delegacia. “Dessa forma, desmistifica-se o mito de que é necessário esperar 24 horas para registrar um desaparecimento”, afirma Patrícia.

Imagem ilustrativa da imagem Dia da Criança Desaparecida: prevenção é essencial
| Foto: PCPR/AEN

A atuação do Sicride conta com o apoio do Alerta Amber, sistema de notificação adotado pelo Paraná em maio de 2024. A ferramenta permite o envio de alertas com informações da criança desaparecida para usuários das plataformas da Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) em um raio de até 160 quilômetros do local do desaparecimento. O sistema é utilizado em casos específicos e já contribuiu para a resolução de ocorrências no Estado.

Um exemplo da eficácia do trabalho da PCPR é o caso da menina Eloah, de 1 ano, desaparecida em Curitiba em janeiro de 2025. “A criança foi localizada em menos de 48 horas em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, após uma força-tarefa envolvendo diversas unidades da polícia e a utilização do Alerta Amber”, diz.

A PCPR garante que todos os casos de desaparecimento, inclusive os antigos, continuam sendo investigados. O registro de boletim de ocorrência pode ser feito em qualquer delegacia do Estado. Além disso, denúncias anônimas podem ser encaminhadas pelos números 197 (PCPR) ou 181 (Disque-Denúncia). O site do Sicride também disponibiliza informações sobre crianças desaparecidas e materiais de orientação para prevenir novos casos.

CASOS ANTIGOS

Apesar de ter 100% de resolução em casos ocorridos desde 2018, o Sicride continua atento a desaparecimentos mais antigos, alguns até de décadas atrás. Nestes casos, as investigações podem ser retomadas se forem constatadas novas pistas ou denúncias, com o uso inclusive de tecnologias mais modernas, como o sistema que simula a progressão de idade da criança com base em fotos antigas e a identificação de material genético por DNA.

O Sicride foi criado pela Resolução nº 698, de 31/07/95, da Secretaria de Estado da Segurança Pública, e regulamentado pela Portaria nº 1316/95, de 10/08/1995, do Departamento de Polícia Civil (DPC). Desde então, é responsável por centralizar o registro de ocorrência envolvendo crianças desaparecidas no Paraná, promover a apuração dos fatos e prosseguir na instrução de inquéritos policiais já instaurados.

(Com informações da Agência Estadual de Notícias)

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