Centenas de educadores de Londrina e região se concentraram na cidade neste domingo (18) em busca das 1.256 vagas abertas no quadro próprio de docentes da Secretaria Estadual de Educação (Seed). Eles fizeram o primeiro concurso para professores da rede de ensino realizado pelo governo desde 2013. O certame também ocorreu em outras regiões do Paraná.

Em muitos casos, os concursandos já estão trabalhando há anos nas salas de aula do estado — mas sob o regime do Processo Seletivo Simplificado (PSS). É como tem sido a rotina de Gisele da Silva Oliveira (foto abaixo), que leciona História em três colégios da zona norte de Londrina.

Imagem ilustrativa da imagem Dez anos depois, governo do Paraná faz concurso para professor
| Foto: Lucas Marcondes

Ela e os demais 76 mil inscritos em todo o estado foram avaliados em 30 questões de múltipla escolha sobre conhecimentos didáticos, conteúdos específicos e em relação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ainda houve prova discursiva focada na área do candidato.

“A primeira parte consegui ir bem, mas a segunda parte, da disciplina de História, estava bem puxado. Dava para ficar em dúvida em várias alternativas”, disse Oliveira. “Precisava de uma preparação bem específica para algumas questões, outras já eram bem mais gerais”, comentou Matheus Pelaquim Silva, que, também formado em História, está prestes a começar no PSS do estado.

Entre os relatos mais recorrentes, os professores contaram que as questões exigiam mais tempo de leitura em comparação aos testes do processo simplificado, por exemplo. Para a coordenadora de um curso preparatório para concursos na educação, Renata Miranda, os textos mais longos são bem-vindos por aperfeiçoar a capacidade de interpretação dos profissionais.

“Pareceu-me, de modo geral, uma boa prova, exceto a parte em que eles tentam pegar o concursando em pequenas palavras que vão induzi-lo ao erro. Algumas questões foram muito mais um decorar do que um saber e conhecer, mas as redações me agradaram muito porque trouxeram muitos pontos de inovação, de metodologias ativas”, observou Miranda.

Poucas vagas

Uma crítica frequente dos professores ainda desde a abertura do edital é quanto ao baixo número inicial de vagas diante da demanda de educadores para o quadro próprio. “Acaba desanimando, porque a concorrência é bem grande. Não vai contemplar nem a necessidade da rede nem a necessidade dos professores em se tornarem efetivos”, lamentou Gisele Oliveira.

A gestão estadual, por sua vez, noticiou no último dia 13 que, como o certame tem validade de até quatro anos, há “expectativa de ampliação de vagas e convocação de mais candidatos”.

Procurado pela FOLHA, o governo do Paraná informou via assessoria de imprensa que um balanço do concurso será divulgado pela Seed “amanhã ou no decorrer da semana”. Em seguida, haverá teste prático, análise de títulos e avaliação médica.