Cerca de 600 pessoas, entre moradores, curiosos, políticos e representantes de igrejas, estiveram presentes na reunião realizada ontem pela manhã, na área desocupada pela PM por decisão judicial, no Jardim Falcão, em São Bernardo do Campo (região do ABC).
O encontro teve o objetivo de escolher os 15 integrantes da comissão de moradores, que estarão hoje, às 15 horas, discutindo com advogados da OAB-SP, os documentos necessários para se entrar com uma ação judicial pleiteando os prejuízos sofridos, mais perdas e danos morais.
Segundo as famílias despejadas que tentam uma negociação com o prefeito Maurício Soares, ficaram sabendo que nada seria feito para impedir a desocupação da área, porque tratava-se de ‘‘vagabundos’’.
Além das famílias que perderam as suas casas na desocupação, estiveram presentes, no encontro, o ex-prefeito de São Bernardo do Campo Walter Demarchi (PPB), vereadores do PT, PPB, PSD, PSB e o presidente da CUT , Vicente Paulo da Silva. O clima de desespero não acabou. Aproximadamente 200 famílias que moravam no loteamento pedem justiça e a saída do prefeito. Os ex-moradores dizem que, independente de ter sido uma decisão da Justiça, o prefeito nada fez para impedir.
Maria de Jesus Gomes Torres, que vai estar representando os moradores na OAB, o principal culpado pelo ocorrido é o prefeito. Segundo Maria, as casas foram construídas em uma área de proteção ambiental, mas o prefeito nunca deixou de cobrar imposto. ‘‘No ano passado Soares cobrou R$ 13 mil de IPTU (Imposto Predial e Territoria Urbano). Pagamos sem reclamar. Este ano, o valor foi de R$ 60 mil. Não pagamos por considerar um aumento absurdo e indevido, relata.
Pelos lotes, cada pessoa desembolsou em média de R$ 7.500 a R$ 12 mil.