Londrina - O coração do aposentado Jorge Bittar, de 81 anos, deixou de bater quando ele estava fazendo compras com o filho caçula num supermercado na Avenida Duque de Caxias, na Área Central de Londrina. Foi no último sábado, por volta das 13 horas, véspera de Dia das Mães. A partir do momento que seu coração deixou de bombear sangue, a morte se aproximou de forma rápida. Cada minuto foi precioso. Um conjunto de fatores contribuiu para que o aposentado sobrevivesse.
O primeiro deles é que o filho da vítima é bioquímico e tem conhecimento sobre primeiros socorros. Foi Jorge Bittar Filho quem atendeu prontamente ao pai. ''Estavamos fazendo compras e fui ver alguns vinhos. De repente eu ouvi o som dele (o pai) caindo. Quando olhei, ele já estava inconsciente e roxo'', contou Bittar, que não se desesperou e começou a agir. ''Foi um susto, mas mantive a calma. Tive sangue frio e comecei a fazer compressões.''
Logo em seguida, o médico Victor Salvador Neto, que passava pelo local, ofereceu ajuda. ''Deixei ele assumir as compressões e fiquei mais cuidando para deixar as vias respiratórias abertas'', disse. Pouco depois uma funcionária do Super Muffato chegou com um Desfibrilador Automático Externo (DAE). Após o terceiro choque, Bittar voltou a respirar e até recobrou a consciência. Uma ambulância o levou na sequência ao hospital.
Sobre a experiência de quase morte, Jorge não se recorda de quase nada. ''Lembro que entrei no supermercado e depois de sair'', resumiu. Ele avalia que foi ''salvo por Deus''. ''Caio e encontro médico, aparelho dentro do mercado'', contou.
De acordo com o cardiologista Icanor Ribeiro, que atende Jorge Bittar no Hospital do Coração, o atendimento para o paciente no mercado foi ''primoroso''. O médico avalia que se ele não recebesse cuidados tão rapidamente Bittar não teria resistido.
Jorge Bittar tem duas pontes de safena, diabetes e hipertensão. Essa foi sua primeira parada cardíaca. Conforme Icanor Ribeiro, o paciente não chegou a sofrer um infarto. ''Foi uma fibrilação (o coração até se mexe, mas não bombeia sangue). Única maneira de tratá-la era com choque.'' Por isso, avalia, o desfibrilador foi fundamental naquele momento. O paciente deve passar por um procedimento para evitar uma nova parada cardíaca e deve receber alta na semana que vem.