Desconhecidos disparam contra testemunha da CPI do Narcotráfico
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quarta-feira, 02 de fevereiro de 2000
Por Edmilson Ferreira (especial para a AE)
Rio Branco, 02 (AE) - O sul-africano Emmanuel Opok Sphiel, testemunha da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico na Câmara dos Deputados, procurou hoje o Ministério Público Federal (MPF) para denunciar que dois homens numa motocicleta dispararam três tiros contra ele, por volta das 21 horas de ontem (01), enquanto caminhava pelas proximidades do hotel onde está hospedado.
Os homens estavam a mais de 200 metros de Sphiel, que escapou sem ferimentos. Sphiel saiu de Araçatuba, no interior de São Paulo, para depor na sessão que a Justiça Federal realiza amanhã (03) e sexta-feira (04) para ouvir as testemunhas de acusação e defesa dos 52 acusados de fazer parte da organização criminosa liderada pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal (sem partido-AC).
"Depois desse susto, se o MPF não me der proteção, não vou depor", disse a testemunha. Ele afirma que a CPI não cumpriu o acordo de o ajudar no programa de proteção.
Mais de cem homens da Polícia Federal (PF) de Rondônia, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal desembarcaram hoje em Rio Branco para fazer a segurança dos acusados e das autoridades que participarão da grande audiência, que reunirá, além do grupo de Pascoal, 22 testemunhas de acusação, cerca de 200 de defesa e 4 procuradores da República. Os depoimentos serão tomados pelo juiz Pedro Francisco da Silva, da 2.ª Vara Criminal da Justiça Federal.