Brasília, 05 (AE) - A deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) entrou hoje com um requerimento para que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara acompanhe o inquérito policial-militar (IPM) aberto pelo Comando Militar do Leste (CML) criado com o objetivo de apurar as agressões sofridas por jornalistas na festa de ano-novo do presidente Fernando Henrique Cardoso, no Forte Copacabana, no Rio. Ela pediu ainda que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), se pronuncie oficialmente contra o episódio. Segundo ela, um advogado do "Jornal do Brasil", que defende o repórter-fotográfico Fernando Bizerra Júnior, espancado por policiais do Exército, foi impedido pelo CML de ter acesso ao inquérito.
"Isso é muito grave e precisamos de transparência no processo", declarou Jandira. Segundo ela, é necessário que o Executivo e o Parlamento se pronunciem sobre a questão. "Até agora, todos os pronunciamentos foram individuais e lacônicos", declarou. "Por isso, defendo que Temer se manifeste contra essa nostalgia do Exército", completou. "Foi uma agressão institucional a trabalhadores e isso é um grave precedente."
Em nota divulgada ontem (04), o CML informou que o coronel Jairo Castro Freitas vai conduzir o IPM. Na festa de ano-novo do presidente, dois repórteres foram espancados e detidos por oficiais do Exército e tiveram os equipamentos danificados. Eles foram agredidos quando tentavam registrar a queda da estrutura da tenda em que se realizava a festa.