Depreciação explica queda no lucro da Tele Centro Sul
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terça-feira, 01 de fevereiro de 2000
por José Ramos
Brasília, 1 (AE)- O presidente da Tele Centro Sul (TCS), Henrique Neves, disse hoje em entrevista coletiva que uma das principais razões para a queda no lucro da empresa em1999 foi a depreciação, que totalizou R$ 1 251 bilhão, contra R$ 697 milhões em 1998. O lucro líquido da empresa no ano passado foi de R$ 218 milhões, 34% menor que o de 1998. O lucro líquido ajustado, sem considerar o impacto das provisões e da depreciação, entre outros, foi de R$ 473 milhões, segundo a empresa.
Neves explicou que a aceleração da depreciação tem por objetivo reduzir a carga tributária e gerar mais caixa para que a empresa faça investimentos. Neves disse que a empresa faz a depreciação em cinco anos, enquanto empresas como a Telefônica de Espanha o faz em oito anos. Apesar da sistemática, o executivo argumenta que em 1999 a TCS irá pagar o mesmo volume de impostos a estados, municípios e União, do que pagou em 1998, com uma amortização menor. Isto ocorre, segundo ele, por que os investimentos maiores permitem a ampliação dos serviços, gerando mais receita tributária.
Lucro - Henrique Neves informou que o lucro da empresa em 1999, antes de serem calculados os pagamentos de juros, impostos e a depreciação, entre outros (indicador conhecido como EBITDA) atingiu R$ 1,494 bilhão, dos quais R$ 274 milhões foram obtidos no último trimestre. O resultado foi 17,3% superior ao de 1998, segundo Neves.
A Receita bruta da empresa, que totalizou R$ 4,055 bilhões, contra R$ 3,354 bilhões de 1998. No quarto trimestre a receita bruta foi de R$ 1,113 bilhão
composta principalmente de serviços locais (45,1%), seguida de serviços de longa distância (15,6%), chamadas inter-redes, ou fixo-móvel (14%), interconexões (12%), cessão de meios (3,7%), comunicação de dados (3%), serviços complementares e de valor adicionado (1,4%)
e outras (1,8%).
Neves explicou que a comparação da receita de 1999 com a de 1998 fica prejudicada pela mudança de metodologia no registro das ligações de longa distância ocorrida em abril de 1998. As conexões com a Internet estão contabilizadas nos serviços locais, onde representam cerca de 10% do tráfego. O tráfego de longa distância da TCS no ano passado subiu 13%, em relação a 1998, passando de 6,120 milhões de minutos para 6,916 milhões.
A Tele Centro Sul informou que investiu em 1999 cerca de R$ 972 milhões, e encerrou o ano com 5,243 milhões de linhas instaladas, das quais 4,718 mil em operação. Quase 10% da planta, portanto, está disponível para comercialização, segundo o presidente da empresa, Henrique Neves. Com a expansão, a densidade telefônica na área atendida pela TCS passou das 13,4 linhas por cem habitantes verificada em dezembro de 1998 para 16,6 linhas no mês passado.
A lista de espera por um telefone no mesmo período caiu de 1,738 milhão para 939 mil. Segundo Neves, parte da redução foi decorrente da exclusão de duplas inscrições, que totalizavam 500 mil inscrições. O presidente da TCS informou que a empresa pretende instalar mais 400 mil linhas neste ano e prevê que a lista de espera se encerrará no próximo ano. Até lá a rede estará também integralmente digitalizada, segundo Neves, que calcula a digitalização atual em 85%.. Os investimentos da empresa foram direcionados à redes de acesso (R$ 279 milhões), comutação (R$ 275 milhões), transmissão (R$ 192 milhões), pessoal de expansão (R$ 48 milhões), telefonia pública (R$ 22 milhões), redes de dados e redes inteligentes (R$ 22 milhões), e R$ 108 milhões em outras áreas.
A empresa informou que entre os investimentos feitos está a construção de um back-bone, linha de alto tráfego, de 8.600 km em fibra ótica. O sistema começou a operar no último dia 7 e deverá gerar uma economia anual de R$ 12 milhões segundo a TCS.