Depoimento à CPI
revelou controle
das estatísticas
Dois depoimentos na CPI do Narcotráfico surpreenderam pelas revelações feitas sobre o funcionamento da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) de Curitiba nos últimos anos. O ex-policial civil e traficante Humberto Terêncio (condenado a 24 anos de prisão) contou que os delegados e investigadores usavam meios nada convencionais para controlar as estatísticas.
Terêncio disse aos deputados que os investigadores da especializada saíam às ruas para roubar veículos e, dias depois, convocavam uma entrevista coletiva para falar sobre a recuperação de carros roubados. O traficante disse que o policial Samir Skandar (preso em 1º de março) era o ‘‘delegado de fato’’ da DFRV, na época em que o delegado titular foi Luiz Alberto Cartaxo (hoje no Cope).
O ex-policial (preso por tráfico de drogas) Gilberto Chagas Ramos, o ‘‘Marrom’’, disse à CPI que Joarez França Costa, o ‘‘Caboclinho’’, sempre foi visto pelos policiais da DFRV como ‘‘um saco de dinheiro’’. E que Paulo Mandelli (foragido da polícia) pagava à polícia ‘‘R$ 500 por carro roubado’’. (R.B.N.)