Denarc investiga empresário de Maringá suspeito de distribuir anabolizantes e abortivos
Durante a ‘Operação Veneno Injetado’ foram apreendidas 16 caixas com os produtos, que eram enviados pelos Correios
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
Durante a ‘Operação Veneno Injetado’ foram apreendidas 16 caixas com os produtos, que eram enviados pelos Correios
Jessica Sabbadini - Especial para a FOLHA
O Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos) cumpriu um mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (28) na casa de um empresário de Maringá (Noroeste) suspeito de fazer a distribuição de anabolizantes e medicamentos abortivos pelos Correios. Com origem paraguaia, os produtos eram enviados para diversos Estados. Se condenado, o empresário pode pegar até 12 anos de prisão.
Delegado do Denarc de Maringá, Leandro Munin explica que, por meio de parceria que a Polícia Civil tem com os Correios, foi identificada uma embalagem que continha anabolizantes em setembro do ano passado. Como o remetente do pacote era uma empresa “fria”, a investigação continuou.
Nos meses seguintes, o remetente fez outras três remessas, totalizando quatro pacotes com 16 caixas de anabolizantes e remédios abortivos, como o Cytotec (misoprostol). Segundo ele, pelos códigos postais eles conseguiram identificar o endereço de um empresário de Maringá. “Eu solicitei a prisão dele e pedi pela busca e apreensão, mas o Judiciário entendeu só pela busca”, explicou.
A Operação Veneno Injetado foi deflagrada nesta quarta-feira (28) com a busca e apreensão na casa do empresário, onde foram encontradas ampolas de anabolizantes. A primeira remessa foi identificada em setembro e as demais em outubro, dezembro e janeiro.
O empresário deverá ser indiciado quatro vezes pelo Artigo 273 do Código Penal, que trata de crime contra a saúde pública pelo ato de falsificar, corromper ou adulterar produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais. A pena pode chegar a 12 anos de prisão. As remessas foram enviadas para outros Estados da região Sul, assim como para o Sudeste e Nordeste.
Os anabolizantes e abortivos foram trazidos do Paraguai e não tinham registro na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). “O fato de ele ter origem paraguaia é equiparado a um medicamento falsificado, então se ele não tem registro ele entra no Artigo 273 [do Código Penal]”, explicou. “Aquilo pode fazer muito mal porque não tem controle nenhum do órgão sanitário nacional”, alertou.