Com o resultado das eleições municipais sacramentado, delegados e investigadores da Polícia Civil de Londrina que participaram do processo eleitoral neste ano aos poucos devem retornar aos locais onde estavam lotados. Mas o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial (SDP), Amarantino Borba, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês, pretende reunir a equipe na manhã desta terça-feira (16) e discutir um possível remanejamento entre as delegacias e a escala de plantões na Central de Flagrantes, na Avenida Santos Dumont, na zona leste.

Imagem ilustrativa da imagem Delegados e investigadores da Polícia Civil não se elegem em Londrina e região
| Foto: Rafael Machado - Grupo Folha

Dos policiais civis que se candidataram a vereador, ninguém foi eleito. Estreante no pleito local, o investigador Kenedy de Brito, do Patriota, obteve 1.424 votos e terminou como suplente. Ele foi o profissional da Polícia Civil mais votado na cidade. Na segunda posição, está o delegado Edgard Soriani, do PSC (Partido Social Cristão), que teve 1.174 votos.

Mesmo avaliando a votação como expressiva, Soriani esperava mais adesão dos eleitores. "Ficou abaixo do esperado. Mas também acho que a pandemia trouxe um cenário atípico para os candidatos, que não puderam fazer visitas e insistir no corpo a corpo. Na minha opinião, a segurança pública não foi agraciada com os novos vereadores. A defesa dos animais, por outro lado, conseguiu dois parlamentares. Ou a população está satisfeita ou não encampou a ideia", disse.

Ele disse que não deseja se candidatar novamente. "A princípio, não tenho nenhuma perspectiva política. Volto a trabalhar no 1º Distrito Policial, ali na rua Tupi. Devo ficar por lá mesmo, mas vamos ver se trocas serão feitas. Vou combater a criminalidade da forma que sempre fiz, atuando como delegado. Foram muitos candidatos da Polícia Civil, o que pulverizou os votos", explicou.

Na sequência vem o delegado Algacir Antônio Ramos, 72 anos, do PL (Partido Liberal), que terminou a corrida eleitoral com 917 votos. O servidor atuava como titular da Delegacia de Acidentes de Trânsito, na região central, até se descompatibilizar da função. A FOLHA tentou contato, mas ele não retornou as ligações. O investigador Kleber Ivode, do PV (Partido Verde), conseguiu 407 votos e também não respondeu a reportagem.

Com 25 anos de Polícia Civil, José Arnaldo Peron, outro delegado que concorreu neste ano, não atingiu o suficiente para a Câmara. Ele, que terminou com 489 votos, informou que sepultou sua vida política. "Fiz uma campanha limpa, sem oferecer vantagens para ninguém. Apenas apresentei minhas propostas. Não tive verba do partido, o que prejudicou também. Busquei o contato corpo a corpo e usei bastante a internet. Conversei com a minha família e não vou me candidatar de novo. Já percebi que é difícil se eleger quando há adversários mais fortes e de siglas mais conhecidas ao seu lado.", comentou.

Peron disse que vai aguardar a reunião com o delegado-chefe para saber se permanece no 2º Distrito Policial, onde atuava antes do início do processo eleitoral.

Cambé

Em Cambé, município que também pertence à área de abrangência da 10ª SDP, a Polícia Civil foi representada pelo delegado Roberto Fernandes de Lima, candidato a vereador pelo PSL (Partido Social Liberal). Primeira vez em busca de um espaço na política local, ele teve 471 votos, quantidade que avalia positivamente.

"Me filiei ao partido 15 dias antes do prazo final. A campanha foi simples, sem muitos recursos. Tinha a ideia de atrair indústrias para a cidade, gerando mais renda. Sou a favor do desenvolvimento, vim de uma família pobre do interior de São Paulo. É uma região forte industrialmente e desejava replicar o mesmo aqui. Acho que a população tem outros anseios", concluiu.