Imagem ilustrativa da imagem Delegacia da Mulher faz raio-X da violência doméstica na pandemia
| Foto: Marcos Santos/USP

O número de ocorrências envolvendo desrespeito de medidas protetivas manteve-se quase estável em Londrina, analisando os seis meses de pandemia do novo coronavírus na cidade. Por outro lado, o mês de agosto trouxe um incremento de quase 80% nas prisões em flagrante relativos a situações de violência familiar, o que demanda uma maior atenção nas campanhas de prevenção.

A análise é da titular da Delegacia da Mulher de Londrina, Magda Hofstaetter, em análise da violência doméstica divulgada nesta quinta-feira (3).

A avaliação traz a comparação dos dados de fevereiro de 2020 com o do mesmo período do ano passado, mas, a partir de março, a comparação é feita com o mês imediatamente anterior. Foi em março que os efeitos da pandemia do novo coronavírus passaram a ser sentidos mais intensamente em todo o Brasil.

Os números estatísticos indicam que, após seis meses de pandemia, houve uma queda “não significativa”, segundo o documento, nas solicitações de medidas protetivas de urgência, assim como houve queda no número de prisões em flagrante pelo descumprimento dessas medidas. A avaliação inicial da Delegacia da Mulher é de maior fiscalização e cumprimento destas determinações.

Por outro lado, as prisões em flagrante apresentaram um aumento de 78,9%, o que indica um avanço nos casos de violência doméstica não denunciados previamente. Na avaliação da delegada, conforme o documento, isso indica uma maior necessidade de fiscalização.

O levantamento feito pela Delegacia da Mulher de Londrina indica que, enquanto vigoraram as regras de isolamento social mais duras, com ruas quase vazias, houve queda nos pedidos de medidas protetivas. O percentual em relação ao mês anterior foi de -% em março, -14% em abril e -10% em maio mês em que começou a ocorrer a flexibilização do isolamento.

Coincidentemente, o percentual passou a ser positivo quando comparado ao mês anterior em junho (+9,7%), julho (+8%) e agosto (2,6%). O levantamento não deixa claro se há correlação causal.

Já os flagrantes de desrespeito às medidas protetivas variaram entre março e agosto. Enquanto as ocorrências foram 20% maiores em março quando comparadas a fevereiro, houve queda de 34% em abril. Em maio, o aumento de desrespeitos à determinação constatados pelas autoridades policiais foi de 200% em relação a abril e caiu 200% em junho quando comparado ao mês anterior. Os meses que se seguiram também tiveram variação em relação ao anterior de, respectivamente, +225% e -47%.

Já quando avaliado o último mês de agosto, a Polícia Civil constatou que o registro de ocorrências pela Polícia Militar apresentou um aumento, não significativo, na região atendida pela 4ª Companhia Independente - a zona norte de Londrina - e uma queda de 27% na região atendida pelo 5º Batalhão da Polícia Militar (as outras áreas de Londrina).