A defesa de Ricardo Seidi apresentou nesta quarta-feira (18) à Justiça de Rolândia um parecer elaborado por dois peritos contratados que contestam a versão oficial dos laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal sobre a morte de Eduarda Shigematsu, registrada no dia 24 de abril de 2019. A menina tinha 11 anos.

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. | Foto: Vitor Struck/Grupo Folha

Em entrevista coletiva, o advogado Sérgio Nogueira informou que o exame particular mostrou que a garota teria se suicidado e não morta por esganadura, como atestaram a perícia e o IML. De acordo com o defensor, os laudos não levaram em consideração a existência de uma corda, que teria sido usada por Eduarda para se enforcar.

Desde o início do processo, Ricardo sempre negou ter matado a filha, mas, por outro lado, confessou a ocultação do cadáver. "Ele não chamou o socorro ou a polícia porque tinha medo de ser preso", explicou o advogado. Seidi também é alvo de um inquérito de estelionato aberto pela Polícia Civil.

Além dele, o Ministério Público também denunciou a avó de Eduarda, Terezinha de Jesus, por homicídio triplamente qualificado, mas atualmente ela responde a ação em liberdade. A Justiça ainda não decidiu se mandará os dois a júri popular.

Citando o laudo de necropsia do IML, o advogado Hugo Zuan Esteves, que defende a mãe da garota, afirmou que "os achados permitem afirmar que a causa da morte se deu por asfixia mecânica por esganadura. Há a presença de estigmas digitais no pescoço da vítima. A destruição anatômica das estruturas cervicais demonstra o emprego localizado de força destrutiva. O mecanismo de enforcamento está descartado por não existirem lesões e/ou marcas de laçada no pescoço".

A perícia privada encomendada pela defesa de Ricardo Seidi será agora analisada pelo juiz criminal de Rolândia, Alberto José Ludovico.