A defesa do motociclista que se envolveu em um acidente com o major Walter Luiz, da Polícia Militar, na noite do último sábado (26), na Avenida Arthur Thomas, zona oeste de Londrina, garante que o oficial não prestou nenhum tipo de socorro. É uma versão diferente da Polícia Civil, que indiciou nesta segunda-feira o servidor público por embriaguez ao volante e lesão corporal culposa, quando não há intenção.

Imagem ilustrativa da imagem Defesa de motociclista diz que major da PM fugiu do local de acidente
| Foto: Arquivo Folha

De acordo com o boletim de ocorrência do caso, a caminhonete de Luiz, uma Ford Ranger, teria batido lateralmente contra a moto, provocando a queda do piloto. "Ele estava entregando pizzas na região quando, repentinamente, surgiu o automóvel. Não foi uma situação natural, tanto é que ficou ferido. O motorista não prestou qualquer ajuda. Só percebeu o que tinha acontecido quando foi abordado por uma equipe da Guarda Municipal", detalhou o advogado André Marques, que representa o motociclista.

A FOLHA tentou falar com a vítima, que não quis dar entrevista. Em depoimento à polícia, um outro condutor que teria flagrado a batida entre os dois veículos disse que o major deixou o local. A versão é contestada pelo advogado Alexandre Aquino, que defende o funcionário estadual. "Meu cliente está totalmente tranquilo. Ele não viu o acidente. Estava com o vidro fechado. Tudo vai ser esclarecido ao longo do processo", frisou.

Marques, no entanto, assegura que tem provas "suficientes" para também incriminar o oficial por omissão de socorro. "Temos mais testemunhas que viram tudo". A estratégia é convencer o Ministério Público a denunciar Luiz por esse crime. Segundo o auto de prisão em flagrante feito pelo delegado William Douglas Soares, que estava de plantão no sábado, o policial passou pelo teste do etilômetro duas vezes na delegacia, mas não teria soprado a quantidade mínima de ar suficiente.

Mesmo assim, o equipamento acusou 0,22 mg/l, indicando a ingestão de álcool. A Justiça arbitrou fiança de R$ 10 mil para soltar o PM, que pediu redução do valor. O juiz João Marcos Anacleto Rosa, responsável pelo caso durante o Plantão Judiciário, negou a solicitação. Walter Luiz permanece detido no 2º Comando Regional da Polícia Militar na Avenida Santos Dumont, região leste.

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1