De la Rúa luta para evitar fuga de empresas, diz NYT8/Mar, 15:29 Nova York, 08 (AE-ANSA) - As novas medidas tomadas pelo governo do presidente Fernando de la Rúa para evitar que as empresas emigrem para o Brasil é destaque hoje (08) no jornal The New York Times. No artigo "Injetando mudanças na Argentina", o jornal destaca o trabalho de De la Rúa, há três meses no cargo. Mais de 60 indústrias se instalaram no Brasil nos últimos meses, procedentes da Argentina, em busca, principalmente, de custos trabalhistas menores e isenções tributárias. Segundo o Times, a indústria automotriz sofreu no ano passado queda de 33% da produção e de 59% das exportações. Fiat, General Motors e Ford foram algumas das que mudaram parte de suas atividades. Para o jornal, com as negociações entre Buenos Aires e Brasília para relançar o Mercosul, "as demissões em massa serão inevitáveis". O Times avalia que quando o Brasil desvalorizou o real em 40%, no ano passado, deixou Buenos Aires "sem uma carta monetária para colocar na mesa". Otimista, o ministro da Economia da Argentina, José Luis Machinea, disse que a meta este ano é crescer 4%. O chanceler e economista, Adalberto Rodríguez Giavarini, faz eco. Para ele a questão maior atualmente é solucionar o problema de custos comerciais com o Brasil. Para Machinea o problema residiria em saber se a Argentina será competitiva ou não. Segundo ele, diminuir os custos dos negócios significa reduzir os ratings de risco-país e as taxas de juros. "Desta forma, cairiam os custos trabalhistas", disse ao jornal. Na opinião do chanceler Giavarini, "se existe entre os dois países uma guerra de subsídios, todos perdem por causa dos custos derivados da expansão do déficit fiscal". O Times também reproduziu a opinião de vários industriais que saúdam a reforma trabalhista em curso na Argentina. Um deles, Pablo Piqueras, cuja empresa abastece hospitais, diz que "tem sido impossível competir com seringas baratas importadas da Coréia e China". E sentencia: "Sou argentino e quero acreditar no futuro do meu país. Contudo, se não existe uma política nacional para salvar- nos e se não podemos competir, então o jeito é ir embora".