Cursos livres retornam aulas presenciais nesta segunda-feira em Londrina
Proprietários de escolas estão otimistas e garantem que todas as medidas sanitárias foram tomadas para garantir a segurança de alunos e professores
PUBLICAÇÃO
domingo, 04 de outubro de 2020
Proprietários de escolas estão otimistas e garantem que todas as medidas sanitárias foram tomadas para garantir a segurança de alunos e professores
Vitor Struck - Grupo Folha
As aulas regulares em instituições de ensino públicas e privadas de Londrina continuam suspensas até o dia 31 de outubro por causa da pandemia do coronavírus. Entretanto, depois de mais de seis meses sem operar com a presença dos alunos, cursos de idiomas, música, corte e costura, autoescolas, entre outros incluídos em um decreto do Poder Executivo poderão retomar as atividades a partir desta segunda-feira (5).
Conforme o decreto publicado na semana passada, os empresários serão obrigados a oferecer álcool em gel 70% em todas as entradas de seus estabelecimentos e o uso da máscara continua obrigatório. O decreto também limitou em dez pessoas o número total em uma mesma aula, de modo que a distância mínima entre cada aluno tenha que ser de 1,5 metro. Por enquanto, crianças de até 12 anos continuam proibidas de frequentarem as aulas.
Para a proprietária da unidade do centro da franquia de escolas de idiomas Wizard, Ana Claudia Leão, ver a escola com vida novamente compensará qualquer esforço para colocar em prática as regras estabelecidas, isso sem levar em conta o aspecto da segurança dos alunos, professores e funcionários. O planejamento inclui um retorno gradual, sendo que os alunos que trancaram a matrícula serão os primeiros a retornar nesta primeira semana. Na semana seguinte, o objetivo é atender àqueles que haviam cancelado os contratos e, na próxima, os que permaneceram estudando de forma online, mas preferem retornar. Estes foram 88%, comemorou.
"Tínhamos turmas com 16 alunos e já repaginamos todo o mapa de aulas. O presencial vai voltar gradualmente e já tenho mães ligando querendo que os filhos voltem, mas quando vamos ver a matrícula, o aluno tem sete, oito anos, e ainda não é permitido", lembrou.
Questionada sobre as medidas a serem tomadas para as seis turmas formadas por alunos que fazem parte do grupo de risco, a empresária afirmou que a escola vai separar horários exclusivos logo no início da manhã. Ela também contou que todos os funcionários receberam kits com máscaras, álcool em gel de bolso e luvas, e um folheto com as novas regras foi preparado para ser distribuído. "Entrada será pela principal e saída pela lateral. Ao terminar as aulas, entra a zeladora e teremos um higienizador das mesas, o mesmo utilizado em hospitais que é mais eficiente", garantiu.
Outro objetivo é realizar uma pesquisa para saber se os alunos tiveram contato com a Covid-19 através de familiares ou mesmo se foram contaminados. "Queremos saber como passou o nosso aluno durante estes meses", afirmou.
Já a sócia-proprietária da Teachers Inglês & Intercâmbio, Eliana Jabur, mencionou que o principal desafio para o retorno será mostrar aos alunos que "é seguro voltar para a escola". De acordo com ela, a escola conseguiu atender 100% dos alunos de forma on-line no período mais duro do isolamento social e a expectativa é que o retorno seja muito tranquilo. "Nos adaptamos desde o decreto e continuaremos a oferecer nossos serviços nos dois formatos: digital (para aqueles que desejarem e pensando nos clientes do grupo de risco e também em nosso staff) e presencial para os que decidirem retornar ao formato tradicional, pré-pandemia", destacou.
Nas escolas de música, a ampla maioria das aulas já é realizada de forma individual, o que pode facilitar um pouco a higienização das salas e equipamentos. Com duas unidades em Londrina, a escola Studio Musical já estava retomando as atividades aos poucos, porém apenas na que está localizada na rua Santos. Mesmo com a ampla maioria dos alunos, cerca de 45%, com menos de 12 anos, a proprietária, Miriam Nagata Kawanishi, está otimista. Enquanto acredita que alguns pais ainda estão reticentes em enviar seus filhos, outros se sentiram mais seguros quando perceberem que a escola está tomando todos os cuidados.
“Nós ligamos para os pais, mandamos mensagens e começamos a realizar o atendimento. Alguns alunos já estavam começando a fazer aulas presenciais, mas estávamos atendendo um aluno por horário. Ninguém na sala de espera, pois quanto menos tempo no local mais seguro é; e assim as aulas com intervalo de 30 minutos e já é uma coisa que vamos ter que continuar a fazer. Agora foi liberado, mas tem muita gente reticente para voltar, preferem aguardar a vacina."
Por enquanto, quem está "lutando" para cantar enquanto precisa utilizar o face shield (proteção de acrílico para o rosto) são os professores e alunos dos cursos livres de técnica vocal e canto. Porém, é a melhor solução para o momento, em comparação com as máscaras de tecido já que os alunos precisam ver os movimentos do rosto e da garganta feitos pelos professores, avaliou.