Curado, comandante do 5º Batalhão fala sobre recuperação do coronavírus

Depois de duas semanas isolado em casa, o major Nelson Villa, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina, voltou a trabalhar na última sexta-feira (24) no destacamento. Ele ficou afastado da rotina policial porque estava com a Covid-19. Os primeiros sinais surgiram na madrugada de 13 de abril, uma segunda-feira, quando o oficial sentiu calafrios.

"Eu tremia bastante, muito mesmo. Estava calor e acordava tremendo, mas não senti febre. No dia seguinte, não trabalhei pela manhã porque não me sentia bem. Achei que era um cansaço normal, uma leve dor de cabeça. À tarde, pratiquei tiro, mas cansei quando saí do meu gabinete até o stand. Parecia que tinha participado de uma corrida. Foi aí que vi que alguma coisa não estava certa", relatou.

Na mesma noite, Villa ligou para um médico de confiança e avisou sobre os sintomas. "Medi a febre e deu mais de 38 °C. Ele falou pra ficar em casa, que pediria a coleta de material para a Covid. Na outra manhã, foram na minha casa e fizeram o exame. O resultado positivo saiu dois dias depois, mas nesse período já estava em isolamento", explicou.

O major confessou que ficou chateado com a notícia da infecção. "É uma reação natural. Passei bem nesse tempo, mesmo sendo uma gripe bem forte. Quem ficou mais abalada foi a minha esposa, que chorou bastante. Eu mesmo a acalmei e passamos juntos por essa turbulência. Ela e meus dois filhos tiveram sintomas, mas todos se recuperaram. Eles não tiveram a confirmação da doença, mas vão passar possivelmente pelos testes rápidos".

Para não ficar ocioso, Nelson Villa não se afastou do cargo de comandante. "Eu trabalhava home office, recebia muitas ligações, despachava os ofícios. Era como se estivesse em mais um dia normal, mas a minha casa se transformou no meu gabinete. Acho que essa ocupação de trabalho fortaleceu o lado psicológico, que é bastante atacado para aqueles que cumprem o isolamento", completou.