Crise de coalizão ameaça esperanças de Barak de paz com a Síria
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2000
Jerusalém, 29 (AE) - Um importante parceiro de coalizão de Ehud Barak decidiu nesta terça-feira (29) apoiar uma moção oposicionista que poderia acabar com as esperanças do primeiro-ministro israelense de chegar à paz com a Síria.
O Shas, segundo maior partido da coalizão e terceira força do parlamento, votará a favor de um projeto do Likud - partido oposicionista de direita - que tornará virtualmente impossível a vitória de Barak em um referendo para aprovar a devolução das estratégicas Colinas do Golan à Síria.
Com o apoio do Shas, o projeto certamente passaria por sua apreciação preliminar, que ocorrerá amanhã no Knesset, o parlamento israelense.
A Síria exige a devolução do platô como condição para chegar à paz com Israel. Barak prometeu que antes de devolver as colinas - tomadas por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967 -, levaria a questão a um referendo.
O projeto do Likud propõe que a maioria simples dos que participarem do referendo não deveria ser suficiente para aprovar a retirada. Em vez disso, seria necessário o voto favorável de 50% dos eleitores registrados.
Partindo do princípio que o comparecimento às urnas durante eleições nunca ultrapassou 80% dos eleitores registrados, Barak precisaria de uma grande maioria de votos favoráveis à saída de Israel do Golan. Políticos de ambos os lados concordam que isto é improvável, se não impossível.