Crime foi `meticulosamente planejado´ por Rivaldo, aponta investigação
À época, o delegado era diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
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segunda-feira, 25 de março de 2024
À época, o delegado era diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
Mateus Vargas, Bruna Fantti e Fabio Serapião - Folhapress
BRASÍLIA, DF, E RIO DE JANEIRO, RJ - O assassinato de Marielle Franco foi dealizado pelos dois irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e meticulosamente planejado pelo delegado Rivaldo Barbosa, diz relatório da Polícia Federal.
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O relatório afirma que Rivaldo, então diretor da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, aderiu ao crime antes mesmo dos executores Edmilson Macalé e Ronnie Lessa, passando a ser um dos arquitetos do assassinato na companhia dos irmãos Brazão.
Rivaldo chegou a fazer a exigência que seria repassada aos executores, dizem os investidores, de que a morte não poderia se originar da Câmara dos Vereadores (Chiquinho era vereador na mesma legislatura que Marielle).
"[Rivaldo vira] um dos arquitetos, na companhia dos Irmãos Brazão, da fase interna do iter criminis, o que se constata pela aposição da exigência fundamental repassada aos executores", afirma trecho de relatório da PF reproduzido na decisão de Moraes.
De acordo com a PF, é justificada a qualificação de Rivaldo como autor do delito porque, apesar de não ter idealizado o crime, ele "foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato". Segundo os investigadores, ele teve "total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições".
Para a PF, a investigação dos homicídios de Marielle Franco e de Anderson Gomes foi, antes mesmo da prática do delito, talhada para ser natimorta —justamente pelo ajuste prévio dos autores com o então responsável pela apuração de homicídios no Rio de Janeiro. "Coincidência, ou não, o crime fora executado um dia após à posse de Rivaldo Barbosa na função de Chefe de Polícia", afirma trecho do documento.
Ainda de acordo com os investigadores, houve promessa de recompensa idealizada pelos irmãos Brazão e aceita pelos suspeitos de serem executores do crime, Macalé e Lessa, de implementação e comando de um grupo paramilitar em uma grande extensão de terras vinculada à Família Brazão, no Rio. (F.S., B.F., M.V.)