Após protesto, professores vão à Secretaria Municipal da Educação nesta sexta para cobrar uma nova proposta de reajuste
Após protesto, professores vão à Secretaria Municipal da Educação nesta sexta para cobrar uma nova proposta de reajuste | Foto: Isabela Fleischmann



Professores de creches filantrópicas de Londrina promoveram uma paralisação nesta quinta-feira (19) contrários ao reajuste salarial de 1,89% proposto pelo Secraso, sindicato patronal que representa as entidades. A suspensão afetou cerca de 6.000 crianças. Os educadores também reivindicaram outras discussões salariais para os professores de escolas particulares, cujo reajuste proposto pelo Secraso foi de 2%. Para o sindicato, um maior repasse para os professores dos CEIs (Centros Educacionais Infantis) só seria possível com um aumento do repasse por parte da prefeitura.

A passeata organizada pelo Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Região) teve início na rotatória das avenidas Madre Leonia Milito e Ayrton Senna, na zona sul da cidade, e seguiu até a Secretaria Municipal de Educação, onde os professores pressionaram a secretária responsável pela pasta, Maria Tereza Paschoal, por uma resposta. Também foram distribuídos panfletos com os dizeres "As escolas particulares querem dar 2% de aumento salarial e as creches, juntamente com a Prefeitura de Londrina, preferem dar ainda menos!".

Cerca de 300 professores de 50 creches estiveram no ato. Para a educadora Gabriela Beijinho, 35, as creches filantrópicas são fundamentais e seus profissionais devem ser valorizados. "São aproximadamente 6.000 crianças só nas creches filantrópicas. Se não existissem os CEIs, a prefeitura teria que ter outro meio de colocar essas crianças nas escolas. Essa mobilização é importante para eles verem que a gente também é responsável por ter essas crianças na educação infantil", comenta. "Os professores da rede municipal ganham R$ 3.000, nós temos um piso de R$ 1.400 e eles querem dar um aumento de 1,89%", desabafa.

O presidente do Sinpro, André Cunha, considera o reajuste proposto vergonhoso. "Todas as CEIs estão fechadas nesta quinta. Quem disse que iria ficar aberto, nós fomos para cima", disse aos professores na mobilização. Nesta sexta-feira (20) será realizada uma reunião com a Secretaria de Educação para uma nova proposta de reajuste. Cunha alega que caso os repasses não sejam revistos, a categoria pode entrar em uma paralisação por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (23). "A gente quer uma proposta, por escrito, da prefeitura, nas bases do que a gente imagina que seja adequado", conta. Para o sindicalista, o município dispõe hoje de R$ 180 milhões para atender 9 mil crianças, enquanto as creches filantrópicas atendem 6 mil alunos com um quarto desse valor. "O que está faltando é a valorização do educador. Se não for apresentada uma proposta que a gente entenda como valorativa vamos propor uma greve por tempo indeterminado", disse.

Na última quarta-feira (18) o Sinpro se reuniu com o sindicato patronal na Secretaria de Educação mas não houve resolução para o caso. A paralisação desta quinta (19) foi definida no sábado (14) após duas assembleias que discutiram a questão tanto dos professores dos CEIs quanto das escolas particulares. "Na quarta-feira convocaram a gente para uma reunião na Secretaria de Educação pedindo para suspendermos a mobilização e eu falei ‘só por cima do nosso cadáver!’", expôs o sindicalista.

Já a secretária Maria Tereza disse que pretende encerrar as discussões acerca do reajuste ainda nesta sexta-feira (20). Ela também afirmou que a prefeitura está intermediando a negociação entre o Sindicato Patronal e o Sinpro e que "o município está empenhado para que o excelente trabalho das filantrópicas continue sendo realizado sem interrupções".