A Secretaria de Saúde de Londrina confirmou 17 mortes por Covid-19 e 929 casos da doença na última semana, entre os dias 18 e 24 de setembro. Desde o dia 1º deste mês, a cidade contabiliza 75 mortes pelo novo coronavírus e uma média de três óbitos por dia, além de 3.321 confirmações da doença. No acumulado do ano são 245 mortes e 9.391 pessoas infectadas.

Imagem ilustrativa da imagem Covid-19: Londrina registra 17 mortes em uma semana
| Foto: AEN

Em agosto foram 48 mortes e 2.592 casos confirmados. Em julho, a prefeitura constatou 36 óbitos e 1.853 pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

O aumento expressivo no número de casos e a quantidade de profissionais da saúde afastados por motivos relacionados à doença preocupam o setor. Relatório técnico do Grupo de Estudos Covid-19 aponta 282 afastamentos entre os dias 16 e 22 de setembro, maior número desde 30 de junho.

“Os médicos e toda a equipe de profissionais da saúde têm se desdobrado para atender a todos com eficiência, competência e técnica que são necessários ao tratamento dos quadros dos pacientes. Estão sobrecarregados, são jornadas extenuantes, ações de decisão e muito estresse”, comentou a presidente da AML (Associação Médica de Londrina), Beatriz Tamura.

O grupo de estudos é formado por representantes da Secretaria Municipal de Saúde, da UEL (Universidade Estadual de Londrina), da 17ª Regional de Saúde de Londrina e de hospitais da cidade.

Apesar da queda nas taxas de ocupação de leitos gerais de enfermaria e de UTI, a média de ocupação de leitos UTI voltados exclusivamente para pacientes diagnosticados com a doença se manteve constante em 74%.

O momento epidemiológico é classificado como “risco moderado” ou “bandeira laranja”, de acordo com cálculos que seguem parâmetros do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) estabelecidos em parceria com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde).

O Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública de Londrina) não recomendou novas aberturas ou flexibilizações "em nenhum tipo de proposta/esquema alternativo". Porém, o município anunciou, nesta quinta-feira (24), a ampliação do horário do comércio e a liberação do funcionamento de bares.

Para a presidente da AML, o “risco moderado” deve ser visto com cautela, já que os cálculos desconsideram o afastamento de profissionais da saúde e outros insumos necessários para garantir os atendimentos.

“Alguns dados não fazem parte da contabilização, como por exemplo o número de colaboradores afastados, a questão da existência de EPIs [Equipamentos de Proteção Individual], estoques de medicamentos, entre outros”, alertou Tamura.

O grupo de estudos destacou ainda a preocupação com um possível aumento no número de casos de dengue nos próximos meses, já que os atendimentos podem impactar todo o sistema de saúde. Desde janeiro, Londrina já registrou 24.118 casos de dengue e 32 mortes pela doença.